Bruno Macedo, Ulisses Santos, Isidoro Giménez e Giuliano Bertolucci, serão estes os quatro empresários envolvidos nos negócios de compra e venda de 55 jogadores que passaram pelo Benfica e que a Autoridade Tributária quer investigar, revelam os últimos dados do processo citados pela Sábado. A CNN Portugal acrescenta ainda que as compras e vendas de jogadores terão ocorrido “entre vendas 2012 e 2020” e que “geraram, no total, mais de 10 milhões de euros em comissões”.
Os negócios que envolvem Pedrinho, Seferovic, Witsel, Talisca, Jonas, Weigl, Raúl de Tomás ou Samaris terão sido alvo de investigação, como “comprova pela leitura de um novo relatório de informação de Paulo Silva, com data de 30 de julho de 2021, ou seja já depois de a investigação ter recolhido milhares de documentos nas buscas de 7 de julho do ano passado”, escreve a Sábado.
A investigação suspeita que os quatro agentes tenham recebido comissões e que depois pagavam a Vieira parte do que tinha sido inicialmente pago pelo Benfica no âmbito das transferências. “No caso de Julian Weigl, transferido em janeiro de 2020 do Borussia Dortmund para o Benfica, por 20 milhões de euros, a investigação suspeita que o empresário Ulisses Santos beneficiou de uma comissão, quando não teve qualquer intervenção no negócio”, aponta a Sábado. Já a CNN Portugal escreve que “a transferência de Seferovic terá gerado uma comissão de um milhão de euros. E do avançado Cebolinha, 1,2 milhões. Na compra de Morato ao São Paulo, a comissão foi de 1,5 milhões. Na venda de Lisandro López ao Boca Juniors, 1,4 milhões de euros”.
No que diz respeito a Bruno Macedo e a Giuliano Bertolucci, a investigação encontrou negócios onde, mais tarde, ambos compraram imóveis em Portugal ao ex-presidente do Benfica – “o que é considerado uma forma de branquear milhões de euros de negócios do futebol”, escreve a CNN.
As contas da filha de Luís Filipe Vieira, Sara Vieira, serão ainda outro dos alvos da investigação já que a investigação suspeita que “seviriam para fazer circular dinheiro entre a família e os negócios de Luís Filipe Vieira”. “Só por uma conta titulada por Sara Vieira no ST Galler Kantonalbank passaram 6,2 milhões de euros, entre 2009 e 2010”, escreve a Sabádo que cita a investigação: “Conforme se pode verificar, as entrada ocorridas têm todas origem em fundos de Luís Filipe Vieira. Do mesmo modo, também as saídas mais relevantes verificadas posteriormente vão ter como destino Luís Filipe Vieira, sendo possível verificar que houve o cuidado de colocar como descritivo ‘doação’”.
Numa das escutas é possível ouvir um diálogo entre Tiago Vieira e a mãe, Vanda Vieira, em março de 2020 ode se fala da transferência de “200 e tal mil euros”: “Tiago explica à mãe que a WHITE WALLS vai fazer uma transferência para a conta de Sara, mas que depois Folgado explica melhor [António Folgado, funcionário da família Vieira], que depois Vanda vai ter de efetuar uma transferência… “uma parte é para o pai, outra parte é aqui para a PROMOVALOR”.
Também Luís Filipe Vieira foi gravado nas escutas a pedir à filha para “assinar um papel da empresa” que, segundo Vieira tinha que ser vendida e que estava em nome de Sara Vieira. Escreve a Sábado que “este e outros contactos reforçaram a suspeita de que, de facto Luís Filipe Vieira continuava à frente dos negócios da família, ainda que o seu nome tivesse desaparecido dos órgãos sociais das várias sociedades”.