Uma nova espécie de árvore tropical descoberta nos Camarões foi nomeada em homenagem à estrela de Hollywood Leonardo DiCaprio.

Cientistas dos Jardins Botânicos Reais, em Londres, descobriram uma nova árvore tropical na Floresta de Ebo. Com quatro metros de altura e flores largas de um tom verde-amarelo, o nome científico desta nova espécie é agora Uvariopsis dicaprio, em homenagem ao ator norte-americano e ativista, que em 2020 ajudou a preservar aquela que é uma das últimas florestas tropicais de África.

Uvariopsis-dicaprio

A espécie Uvariopsis dicaprio foi já classificada como uma espécie em risco de extinção, uma vez que o seu habitat não é ainda considerado uma reserva natural

Lorna Mackinnon/RBG Kew

Em 2020, o ator alertou nas suas redes sociais para o risco de desflorestação em Ebo com a aproximação de uma concessão daquele habitat para a indústria madeireira.

Os alertas feitos por DiCaprio permitiram que o movimento de proteção daquela floresta ganhasse uma nova força, o que fez com que o Presidente dos Camarões cancelasse o contrato de concessão da floresta em agosto de 2020.

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Além desta árvore, os cientistas dos Jardins Botânicos Reais e os seus parceiros descobriram e nomearam outras 204 plantas em todo o mundo. Em Ebo, a descoberta de novas espécies é feita em parceria com o Herbanário Nacional dos Camarões, apoiado pelo Aliança da Vida Selvagem do Zoo de San Diego, que tem procurado preservar esta floresta há 20 anos.

A espécie Uvariopsis dicaprio foi já classificada como uma espécie em risco de extinção, uma vez que o seu habitat não é ainda considerado uma reserva natural, pelo que futuros contratos para concessões da indústria madeireira e mineração continuam a ameaçar a floresta de Ebo.

Segundo o Martin Cheek, citado pela BBC, a lista de descobertas em 2021 é uma chamada de atenção em como esta é a nossa última hipótese de encontrar novas espécies, nomeá-las e protegê-las antes que se tornem extintas.

Ainda há milhares de espécies de plantas e talvez milhões de espécies de fungos por aí que nós ainda não conhecemos”, explicou o Martin Cheek. “Este habitat natural em que elas estão a crescer – especialmente florestas, mas outros habitats também – estão a ser cada vez mais rapidamente e intensamente destruídos por nós, humanos, sem sabermos o que existe aqui”, concluiu.

Sem ter sido nomeada pela comunidade científica, o risco de extinção é muito maior, uma vez que a proteção da nova espécie se torna mais difícil.