O teste do alce é uma das formas (menos discutíveis) de determinar a capacidade de um condutor evitar um obstáculo que lhe surja pela frente, sem perder o controlo do veículo. Nasceu como uma prova criada pelos países nórdicos, que assim exigiam que os construtores concebessem veículos capazes de guinar para evitar um alce que aparecesse inesperadamente, permitindo ao condutor desviar-se para a faixa de rodagem contrária, evitando o animal, para depois regressar à sua faixa original. Tudo isto sem se despistar.

Esta manobra evasiva tornou-se rapidamente muito popular nos países não nórdicos, uma vez que expôs os modelos menos eficientes do mercado, quando se impunha evitar não necessariamente um alce, mas outros veículos ou crianças que saíssem a correr atrás de uma bola. É certo que sempre existiram veículos mais e menos eficientes, revelando diferentes níveis de agilidade e capacidade de proteger o condutor e os restantes ocupantes na execução de manobras súbitas, mas a atenção do resto do mundo para este teste tão importante para os suecos (finlandeses e noruegueses) surgiu quando o Mercedes Classe A surpreendeu pela negativa em 1997, capotando estrondosamente e saltando para as manchetes da imprensa, o que obrigou a marca alemã a suspender as vendas até equipar o modelo com ESP, única forma de ultrapassar o desafio do alce.

Ainda hoje, o teste do alce continua a ser realizado, para apurar a agilidade e a capacidade de um determinado modelo proteger o condutor e os ocupantes numa manobra evasiva. A KM77 é uma das poucas publicações que realiza este trabalho de acordo com a norma internacional e, desta vez, levou o Hyundai Ioniq 5 a enfrentar o “duplo S” que a manobra de esquiva implica. O vídeo que, pode ver abaixo, revela todos os pormenores. Mas, no essencial, importa saber que o Ioniq 5 surpreendeu pela positiva. Foi testado a várias velocidades e o valor mais elevado que conseguiu foi 80 km/h, um dos melhores entre os conseguidos pelos espanhóis.

A versão testada do Ioniq 5 foi a dotada apenas de um motor com 218 cv e tracção traseira, com uma bateria de 72,6 kWh, equipada com pneus menos desportivos (Michelin Primacy 4 235/55 R19), sem suspensões pneumáticas ou de altura regulável, e sem um modo de condução vincadamente desportivo.

A prova da eficácia do crossover da Hyundai fica assente por, mesmo nestas condições, o Ioniq 5 conseguir bater folgadamente o crossover Porsche Taycan Turbo S Cross Turismo e, até mesmo, a berlina Taycan Turbo S, a mais potente e cara da gama, que usufrui de todas as soluções, tecnologias e argumentos para maximizar a eficiência. Ainda assim, o mais desportivo dos Porsche eléctricos não ultrapassou os 78 km/h, valor que o Kia EV6 já tinha igualado e que foi apenas batido pelos 83 km/h dos Tesla Model 3 e Model Y.

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