A Corte de Cassação, que corresponde ao Supremo Tribunal em Itália, confirmou esta quarta-feira a condenação do jogador brasileiro de futebol Robinho por violência sexual. A sentença aplicada a Ricardo Falco, amigo do futebolista, pelo mesmo crime foi igualmente confirmada, noticia a imprensa italiana. Contudo, só se Itália emitir um mandato de captura internacional, é que deverão cumprir as penas.

Robinho e Ricardo Falco foram condenados em 2017 primeira instância a nove anos de prisão por terem violado uma jovem albanesa de 22 anos numa sala privada de uma discoteca em Milão, em janeiro de 2013.

De acordo a acusação, Robinho e um grupo de amigos terão oferecido bebidas à vítima até a deixaram “inconsciente e incapaz de se opor”, depois de a mulher do jogador ter saído do clube e regressado a casa. Uma vez na sala, ter-se-ão aproveitado do seu estado e mantido “múltiplas e consecutivas relações sexuais” com a jovem, conta a ANSA.

Robinho, o “sucessor de Pelé”, condenado a nove anos de prisão por violação

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O jogador e o amigo recorreram da condenação, mas esta foi confirmada em segunda instância em 2020, tendo os dois suspeitos recorrido novamente junto do Supremo italiano. A sentença será emitida no prazo de 30 dias.

Apesar de terem sido condenados por um tribunal em Itália, Robinho e Ricardo Falco não deverão cumprir pena, porque a Constituição brasileira não permite a extradição dos seus cidadãos. Além disso, como explica o Globo, o tratado de cooperação judiciária em matéria penal assinado em 1989 entre o Brasil e Itália, e ainda em vigor, não prevê que uma condenação imposta pela justiça italiana possa ser aplicada em território brasileiro.

Para que possam ser presos, Itália terá de emitir um mandato de prisão internacional, que poderá ser cumprido em quase 70 países, incluindo todos os Estados-membros da União Europeia, com os quais Itália tem acordo de extradição. Argentina, Austrália, Canadá, Estados Unidos da América e Reino Unido são outros dos países onde Robinho e o amigo poderão ser detidos caso Itália avance com o pedido.

Robinho, de 37 anos, está sem clube desde que deixou o Istanbul Basaksehir, em 2020. Segundo a ANSA, chegou a ser anunciado como a nova contratação do clube brasileiro Santos FC, mas o negócio caiu por terra na sequência do julgamento, que ainda decorria. Por altura do crime, o futebolista jogava no AC Milan.