894kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Guerra, morte, e uma vida na prisão. A história por trás do primeiro poema de S. Valentim

Este artigo tem mais de 2 anos

Preso na Torre de Londres, Carlos I, Duque de Orleães, escreveu em 1415 um poema para a sua mulher, referindo-se-lhe como o seu "Valentim".

Duque de Orleães preso na Torre de Londres
i

Sobrinho de Carlos VI de França, Carlos de Orleães cresceu em pleno seio de uma guerra civil, que opôs o seu pai, Luís I da Casa de Orleães, e a família do seu tio, pertencente à Casa de Borgonha

Getty Images

Sobrinho de Carlos VI de França, Carlos de Orleães cresceu em pleno seio de uma guerra civil, que opôs o seu pai, Luís I da Casa de Orleães, e a família do seu tio, pertencente à Casa de Borgonha

Getty Images

No Dia dos Namorados, celebrado a 14 de fevereiro, é comum os casais trocarem cartas temáticas onde se referem à sua cara metade como “o seu Valentim”.

Mas, como qualquer tradição, existiu um primeiro postal de S. Valentim que deu início aos inúmeros poemas e dedicações de amor que são entregues no 14.º dia do mês de fevereiro.

A primeira menção à cara metade como “Valentim” terá sido escrita, segundo o canal História, por Carlos I de Orleães,em 1415.

Sobrinho de Carlos VI de França, Carlos de Orleães cresceu em pleno seio de uma guerra civil, que opôs o seu pai, Luís I da Casa de Orleães, e a família do seu tio, pertencente à Casa de Borgonha.

Filho de um patrono de vários poetas e artistas, Carlos escreveria poemas desde criança, e um dos poetas financiados pelo seu pai terá, inclusive, dedicado vários poemas à mãe do futuro Duque de Orleães, Valentina Visconti — poder-se-ia dizer que foi a sua mãe o primeiro “Valentim” de Carlos I, ou apenas uma coincidência da História?

Aos 12 anos, Carlos casou-se com a sua prima de 17 anos, Isabella de Valois — esta já viúva do seu primeiro casamento, quando tinha seis anos. Um ano depois, a guerra civil intensificou-se quando o pai de Carlos morreu, assim como a sua mãe, pouco tempo depois. Carlos, apoiado pelos irmãos, acusou João, Duque de Borgonha e primo de Carlos, do assassinato do seu pai.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Isabella acabou por morrer em 1409 durante o parto, pelo que Carlos casou-se um ano depois, com Bonne de Armagnac, a filha de 11 anos de Bernard VII, Conde de Armagnac, e, mais tarde Condestável de França.

O então Duque de Orleães foi chamado a combater com o sogro na guerra civil que opôs a Casa de Armagnac e a Casa de Borgonha. Em 1415, durante a Batalha de Agincourt, Carlos foi capturado e aprisionado na Torre de Londres, a mítica prisão da capital britânica.

Foi aqui, em 1415, que o Duque de Orleães escreveu um poema para a sua mulher, referindo-se à mesma como o seu “Valentim”. Caso a dedicatória fosse para a sua atual mulher, a reação de Bonne de Armagnac, contudo, nunca foi conhecida para Carlos. Aprisionado durante 25 anos, o Duque de Orleães nunca mais terá visto a mulher, que morreu algures entre 1430 e 1435, sem qualquer descendente.

Uma das cartas escritas por Carlos I, Duque de Orleães, enquanto esteve detido na Torre de Londres

Uma das cartas escritas por Carlos I, Duque de Orleães, enquanto esteve detido na Torre de Londres

Universal Images Group via Getty

Não é certo, contudo, se o poema seria para a sua atual mulher, Bonne de Armagnac, ou para Isabella de Valois. Isto porque, no poema, o Duque menciona ter nascido “demasiado tarde” para a sua amada, sem nunca utilizar o nome de cada uma das suas esposas.

O poema, traduzido em português apresenta-se da seguinte forma:

 Meu gentil Valentim,

Já que para mim nasceste demasiado cedo,

E eu para ti nasci demasiado tarde.

Deus perdoe aquele que me afastou,

De ti durante todo o ano.

Já estou doente de amor, [Com saudades tuas]

Meu gentil Valentim.”

Em 1440, Carlos de Orleães regressou a França e casou, aos 46 anos, com Maria de Cleves, que tinha 14 anos na altura, e com quem teve três filhos.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.