O bebé de 13 meses que na noite do passado dia 4 de fevereiro deu entrada no Hospital São João, no Porto, com diagnóstico de Covid-19 e um quadro clínico grave, deixou esta terça-feira o ventilador, já respira sozinho e encontra-se estável.

Segundo Maria João Batista, diretora clínica do São João, a criança foi transferida com “uma anomalia de ritmo muito grave, que colocava a sua vida em risco, numa situação de insuficiência circulatória e um quadro de pneumonia”. Durante 11 dias o bebé esteve ligado a um ventilador, tendo mesmo sido ativados os protocolos de respiração mecânica assistida e suporte circulatório com ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal).

“Vi-o há pouco e está bem, simpático, com os olhos abertos, mexe tudo [braços e pernas] e estamos muito felizes com estas notícias”, acrescenta a diretora clínica, sublinhando que a criança ainda se encontra internada na unidade de cuidados intensivos em observação. “Iremos perceber como irá evoluir, acreditamos que poderá sair para a enfermaria nos próximos dias.”

Covid-19. Bebé internado nos cuidados intensivos e ligado a ventilador no Hospital de São João está estável

Até ao momento, a equipa de médicos de pediatria não encontra outra razão, além da infeção por Covid-19, para este quadro clínico. “O quadro de anomalia de ritmo foi provocado por uma inflamação no coração, que aconteceu de forma aguda, e se manifestou no pulmão, provocando aquilo que chamamos de tempestade arrítmica. Não encontramos, até agora, nenhuma outra causa que possa ter justificado isto, mas ainda há coisas que vamos ter que fazer, nomeadamente estudo genéticos e outros exames.”

Maria João Batista acrescentou ainda que atualmente o Hospital São João tem oito crianças, entre os 0 e os 18 anos, internadas em enfermaria infetadas com Covid-19. “Não estão internadas pelo vírus, mas por outras patologias, nomeadamente patologias oncológicas que estão a interferir na sua evolução clínica”, afirmou, destacando o internamento esta semana na unidade de cuidados intensivos de uma criança com 10 anos, vacinada, infetada. “Neste momento está bem, já passou para a enfermaria e não precisou de ser ventilada”, sublinhou.

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