O encontro informal entre os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) já arrancou esta quinta-feira de manhã, em Bruxelas, ocasião na qual será discutida a crise ucraniana devido à ofensiva russa, sem telemóveis para garantir confidencialidade.

“A reunião informal dos membros do Conselho Europeu para ponto de situação dos últimos desenvolvimentos relacionados com a Rússia-Ucrânia acaba de começar”, anunciou na rede social Twitter o porta-voz do presidente da estrutura cerca das 13h00 (hora local, menos uma hora em Lisboa).

“Para assegurar a confidencialidade, a discussão tem lugar sem dispositivos eletrónicos“, acrescentou.

Também através do Twitter, o próprio líder do Conselho Europeu, Charles Michel, indicou ter falado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, antes do arranque deste encontro informal.

“Estou a acompanhar de perto a situação no terreno. É urgentemente necessária uma redução das tensões”, vincou Charles Michel.

O responsável manifestou ainda a “solidariedade da UE para com a Ucrânia”, na publicação no Twitter.

Este encontro informal acontece antes da abertura da cimeira com a União Africana, que decorre quinta e sexta-feira em Bruxelas.

Esta discussão sobre a ameaça de uma agressão russa à Ucrânia ao nível dos líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, tem lugar numa altura em que o Kremlin (Presidência russa) garante que concluiu algumas das manobras militares nas zonas fronteiriças, um anúncio recebido com cautela pela UE e pela NATO.

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O encontro informal dos líderes da UE coincide com uma reunião de ministros da Defesa da NATO, na qual Portugal está representado por João Gomes Cravinho.

O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho, depois da anexação da Crimeia em 2014.

Nas últimas horas de quarta-feira, os Estados Unidos da América (EUA) acusaram a Rússia de ter aumentado o contingente militar na fronteira com a Ucrânia em sete mil tropas nos últimos dias, apesar de Moscovo ter anunciado uma retirada parcial das forças aí destacadas.

As novas estimativas colocariam o número de forças russas próximo das 150 mil, número citado pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, num discurso transmitido na televisão no início desta semana.

A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas exige garantias para a sua segurança, incluindo uma promessa de que a Ucrânia nunca será membro da NATO, uma exigência liminarmente rejeitada pelo Ocidente, que propôs em troca conversações com Moscovo sobre outros assuntos de segurança, como o controlo de armas ou visitas recíprocas a infraestruturas sensíveis.