Depois do anúncio das sanções ao setor da banca os russos correram às caixas multibanco do país para levantar dinheiro, com receio que as sanções deixem a banca russa sem capacidade de dar resposta aos pedidos.

Com o congelamento das reservas do Banco Central Russo e a exclusão de sete bancos russos do sistema SWIFT cresceu o receio nos russos do impacto na economia do país e na capacidade de continuar a movimentar as quantias que têm depositadas. O resultado, relata a Reuters, são filas de várias horas frente às caixas eletrónicas para fazer levantamento de dinheiro.

Já os bancos russos, nos comunicados oficiais rejeitam problemas. O Sberbank diz que não houve “qualquer interrupção nas transações dos clientes” e o VEB recusa a ideia que “as restrições externas impeçam de apoiar projetos na Rússia”.

Os bancos russos tentam contrariar o receio dos cidadãos, garantindo que não há motivos para preocupação, mas o ex-vice-presidente do Banco Central Russo Sergey Aleksashenko — agora radicado nos Estados Unidos da América — contraria essa ideia.

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“Putin e Kudrin [antigo ministro das Finanças russo] pensaram nisto durante anos, pensando numa grande guerra. A guerra chegou e não há dinheiro”, afirmou citado pela Reuters.

O ex-primeiro-ministro russo Mikhail Kasyanov foi ao Twitter criticar Putin e alertar para o que acontecerá com o congelamento das reservas internacionais da Rússia.

“As reservas do Banco Central são 630 bilhões de dólares. Não há mais nada para suportar o rublo. Liguem as impressoras. A hiperinflação e a catástrofe económica estão ao virar da esquina. São estas as ações criminosas de Putin”, escreveu o ex-governante.

O Otkritie, que foi resgatado pelo Banco Central em 2017, rejeitou que as sanções tenham “impacto significativo além do uso dos cartões no exterior”.

O Banco Central Russo aconselhou os cidadãos a fazerem-se acompanhar dos cartões físicos já que os serviços de pagamento móveis podem deixar de funcionar nos terminais de pagamento oficiais.