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Lyudmila Pavlichenko: a maior franco-atiradora da Segunda Guerra Mundial era ucraniana

Este artigo tem mais de 2 anos

Lyudmila Pavlichenko, a franco-atiradora mais letal do exército da União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, e responsável pela morte de 300 nazis, era ucraniana.

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Com a invasão das tropas russas à Ucrânia, vários foram os cidadãos que se alistaram no exército e nas forças paramilitares para combater os avanços russos.

De armas em punho, ou na linha de abastecimento de comida e equipamento militar, como as diversas fábricas caseiras de cocktails molotov que se têm instalado um pouco por toda a Ucrânia, homens e mulheres têm reunido esforços para expulsar os russos do seu território.

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Às mulheres ucranianas que pegam em armas para lutar, não faltam exemplos de modelos a seguir.

É o caso de Lyudmila Pavlichenko, a franco-atiradora mais letal do exército da União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial — responsável pela morte de 300 nazis –, que era ucraniana.

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Nascida em 1916, na aldeia de Belaya Tserkov, perto de Kiev, Lyudmila Mikhailovna, também conhecida como “Lady Morte” teve um filho aos 15 anos, o que levou ao terminus do seu matrimónio com Aleksei Pavlichenko, do qual manteve o apelido. O pai da franco-atiradora era um operário fabril de São Petersburg, e a mãe era professora.

Lyudmila Pavlichenko, em 1967 Lyudmila Pavlichenko (D), em 1967

Lyudmila Pavlichenko (D), em 1967

TASS via Getty Images

Tendo-se mudado para Kiev com a família, Lyudmila conciliou a vida académica com o trabalho num fábrica. A sua destreza exímia com as armas de fogo começou na Associação Desportiva Paramilitar Osoaviajim. Em 1941, quando Adolf Hitler iniciou a Operação Barbarossa — que previa a conquista da União Soviética pelas Potências do Eixo — Lyudmila Pavlichenko, com 24 anos, estudava História na Universidade Estatal de Kiev, onde iniciou os estudos em 1937, segundo a revista Smithsonian.

Embora na época ainda não fosse permitido às mulheres da União Soviética alistarem-se diretamente nos quadros do exército, Lyudmila, que tinha já várias medalhas de torneios regionais de tiro, passou nos testes militares para a posição de franco-atiradora.

Entrei no exército quando as mulheres ainda não eram aceites. Tive a opção de ser uma enfermeira, mas recusei”, afirmou a franco-atiradora ucraniana no seu livro de memórias.

As vidas ceifadas pela “Lady Morte”

A participação ativa de Lyudmila Pavlichenko na guerra começou na Batalha de Odessa (1941). Por esta altura, as tropas romenas, do lado do Eixo, cercaram durante vários meses a região do sul da Ucrânia. No livro “Heroínas da União Soviética”, Henry Sakaida explica que Lyudmila entrou em combate ao lado da 25.ª Divisão de Infantaria do exército, em agosto de 1941, já como franco-atiradora.

Perto da cidade de Balyayevka (a cerca de 50 quilómetros de Odessa), Lyudmila Pavlichenko matou 187 soldados nazis ao longo de 75 dias, sofrendo dois traumatismos cranianos e uma lesão menor, conta o The Sun.

Lyudmila Pavlichenko, com 26 anos de idade

Lyudmila Pavlichenko

Universal Images Group via Getty

Após a queda de Odessa, a divisão de Lyudmila foi transferida para Sebastopol, onde a ucraniana lutou durante oito meses. Segundo a sua biografia, explica a ABC, foi nesta região que Lyudmila Pavlichenko lutou contra vários franco-atiradores do Eixo, em batalhas individuais que podiam durar dias.

Num desses confrontos, ela teve de permanecer deitada na mesma posição durante 24 horas, enquanto localizava um inimigo”, explica Lyuba Vinogradova no seu livro “Anjos Vingadores”.

Depois de ser promovida a tenente, Lyudmila Pavlichenko treinou a sua própria unidade de franco-atiradores do exército soviético. Em junho de 1942, a ucraniana tinha matado 309 inimigos. Destes, 33 a 36 seriam franco-atiradores alemães.

No mesmo mês, Lyudmila foi atingida por uma munição de morteiro, tendo ficado com feridas severas no rosto, o que lhe terá valido uma retirada da frente de batalha com recurso a um submarino — um transporte fora do comum para uma lutadora fora do comum — e foi proibida de voltar para a guerra por ser considerada um elemento demasiado valioso para o exército soviético.

A visita à Casa Branca

A sua reputação valeu-lhe, no final de 1942, de acordo com a revista Smithsonian, uma visita à Casa Branca, tendo Lyudmila Pavlichenko sido a primeira cidadã da União Soviética a encontrar-se com um Presidente dos Estados Unidos da América.

Em representação da União Soviética, o seu objetivo era exercer pressão junto de Franklin Roosevelt para que os Estados Unidos entrassem na guerra. A pedido da primeira-dama, Eleanor Roosevelt, a ucraniana acabaria por realizar uma digressão pelo país, onde deu várias palestras sobre os seus feitos em combate.

Lyudmila Pavlichenko, em Londres, no Reino Unido, em 1968 Lyudmila Pavlichenko, em Londres, no Reino Unido, em 1968

Lyudmila Pavlichenko, em Londres, no Reino Unido, em 1968

Getty Images

Antes de voltar para a União Soviética, Lyudmila deu ainda palestras no Reino Unido e no Canadá. Até 1945, a ucraniana continuou a treinar outros franco-atiradores. Tendo continuado a estudar na Universidade Estatal de Kiev — e que lhe valeu depois um cargo enquanto historiadora –, Lyudmila trabalhou até 1953 na sede da marinha soviética.

Em 1957, voltaria a reencontrar-se novamente com Eleanor Roosevelt, desta vez em Moscovo. A franco-atiradora morreu a 10 de outubro de 1974, aos 58 anos, vítima de um AVC.

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