O principal líder da oposição ao regime do Presidente russo, o ativista Alexei Navalny, incentivou esta sexta-feira os seus compatriotas a saírem para as ruas no fim de semana para participarem em protestos contra a invasão da Ucrânia.

“É preciso ir a manifestações contra a guerra todos os fins de semana, mesmo que pareça que mais ninguém irá ou que estão todos assustados”, escreveu o líder da oposição a partir da prisão onde está detido, numa mensagem publicada na rede social Twitter.

“Mesmo que se vá sozinho, tem de se participar. Somos a coluna vertebral do movimento contra a guerra e a morte. Cada um de nós é a pessoa mais importante do planeta”, incentivou Navalny, que já fez vários apelos nas redes sociais para que os russos participem neste tipo de protestos.

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Navalny acompanha a mensagem no Twitter com outra divulgada na rede social Instagram, juntamente com uma fotografia que parece ser de uma das manifestações contra a guerra da Rússia à Ucrânia.

Só nos protestos que foram convocados para o último domingo, as autoridades russas detiveram quase 5.000 pessoas, segundo dados fornecidos pela organização da oposição no portal OVD-Info, que recolhe os números sobre as detenções.

A ONU também alertou para a repressão exercida pelas forças de segurança russas contra os manifestantes nas principais cidades do país, como Moscovo, São Petersburgo ou Ecaterimburgo, mas os protestos decorreram em pelo menos mais 63 cidades do país.

A procuradoria-geral da Rússia e o Ministério do Interior reiteraram, nos últimos dias, os alertas à população para que não participe nas manifestações, lembrando que o incumprimento desta ordem será punido com pena de prisão, um aviso que Navalny denunciou como um ato de repressão.

Depois das detenções do último fim de semana, mais de 10.000 cidadãos foram presos na Rússia por protestarem contra a invasão da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro.

Navalny está preso na Rússia desde 2021, quando regressou da Alemanha depois de um período de vários meses de convalescença, na sequência de um envenenamento, em agosto de 2020, com uma arma química de fabrico russo (Novichok), pelo qual acusa os serviços secretos do Kremlin.

O opositor do Presidente russo, Vladimir Putin, foi condenado a dois anos e meio de prisão e, desde então, o Ocidente exige insistentemente a sua libertação.

Atualmente está a ser julgado novamente por novas acusações de corrupção que o Ocidente e algumas organizações humanitárias acreditam ter motivação política.