O Japão tem apoiado a Ucrânia desde o início da invasão, aplicando sanções idênticas às dos países ocidentais aos dirigentes russos. Esta segunda-feira, chegou a retaliação: a Rússia decidiu suspender as negociações de paz com Tóquio, devido às “posições japonesas abertamente hostis” e por “se opor” aos interesses do Kremlin.

Desde o final da II Guerra Mundial, as hostilidades entre o Japão e Rússia (na altura a União Soviética) nunca cessaram oficialmente. Após o final do conflito, os dois países mantiveram uma disputa sobre as ilhas Kuril, atualmente administradas por forças russas, mas que Tóquio reivindica como suas.

Além disso, num mundo fortemente bipolarizado, o Japão caiu na zona de influência norte-americana, o que acabou por complicar ainda mais as negociações com os diplomatas soviéticos.

Ao longo das décadas, e com o fim da URSS, os dois países foram-se aproximando e estavam a preparar um tratado de paz que normalizasse oficialmente as relações diplomáticas. No ano passado, Vladimir Putin disse que queria manter boas relações com o Japão, considerando “absurdo” que as negociações não estivessem concluídas.

Agora, com o apoio japonês a Ucrânia, essa realidade parece estar mais longe de alcançar. Como resposta à invasão, o Japão retirou o estatuto de nação mais favorecida à Rússia, bem como proibiu a importação de certos bens. Em termos económicos, Moscovo também proibiu os projetos japoneses que estavam em desenvolvimento nas ilhas Kuril.

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