O chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA), o almirante Gouveia e Melo, fez uma intervenção no Corpo de Fuzileiros onde lembrou os valores militares a propósito da morte do agente da PSP Fábio Guerra. “Não quero arruaceiros na Marinha; não quero bravatas fúteis, mas verdadeira coragem, física e moral”, disse numa intervenção que fez questão de colocar depois na intranet para chegar a todos os militares da Marinha.
Segundo o Diário de Notícias, o almirante começou por dizer que as “fardas” dos fuzileiros ficaram logo “manchadas” com este acontecimento. “O ataque selvático, desproporcional e despropositado não pode ter desculpas e justificações nos nossos valores, pois fere o nosso juramento de defender a nossa Pátria. O agente Fábio Guerra era a nossa pátria, a PSP e as Forças de Segurança são a nossa Pátria e nela todos os nossos cidadãos”, disse, tendo também salientado que telefonou à família do polícia e que ficou sem palavras.
O almirante lamentou “ver fuzileiros envolvidos em desacatos e em rixas de rua”. “Se não conseguirem ser lobos na selva, mas cordeiros em casa, então não passamos de um bando violento, sem ética e valores militares, sem o verdadeiro domínio de nós próprios e se assim for não merecemos a farda que envergamos, nem os 400 anos de história dos Fuzileiros”, disse, num tom crítico aos fuzileiros envolvidos nos desacatos que no último sábado acabaram com Fábio Guerra gravemente ferido. Acabando por morrer.
Os dois fuzileiros suspeitos do homicídio de Fábio Guerra estão em prisão preventiva desde quarta-feira. Cláudio Coimbra, 22 anos, e Vadym Hrynko, 21, terão estado envolvidos na agressão da noite de sábado. A polícia procura um terceiro elemento que terá fugido: Clóvis Abreu, 24 anos, poderá estar em Espanha e já motivou um alerta da polícia deste país.
Polícia espanhola procura um dos suspeitos da morte de agente da PSP em Lisboa