Um novo estudo da Universidade de Hong Kong sobre a linhagem BA.2 da variante Ómicron do coronavírus revela que é mais severa nas crianças que não foram vacinadas ou nunca estiveram infetadas, embora não cause doença grave.

Para além de, em número absolutos, este estudo contar com uma amostra muito reduzida e especificamente localizada em Hong Kong, as conclusões deste estudo são consideradas preliminares e não foram, ainda, confirmadas por outros estudos.

“Eu penso que é um pouco difícil saber como será aqui, onde uma larga fração da população que já foi exposta à variante Delta ou à BA.1“, afirmou Dr. Beth Thielen, especialista em doenças infecciosas nas crianças, na Universidade de Minnesota, em Minneapolis, sobre a amostra utilizada no caso em comparação com a população dos Estados Unidos.

Thielen nota que este estudo oferece uma visão relevante sobre o poder desta variante sobre a população mais vulnerável e a importância de vacinar as crianças contra a Covid-19. “Estamos limitados. Podemos dar Remdesivir, mas não temos outro tipo de tratamentos”.

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Durante a pandemia, Hong Kong implementou medidas muito restritivas. Como resultado, a cidade teve um número reduzido de casos e relativa pouca exposição ao vírus do SARS-CoV-2, até a linhagem BA.2 da variante Ómicron atingir a população.

Este estudo compara os efeitos pós-infeção das crianças com esta linhagem com crianças infetadas por outras variantes, entre janeiro de 2020 e novembro de 2021.

Em fevereiro de 2022, 1.147 crianças foram internadas e quatro morreram. Uma dessas crianças tinha apenas 11 meses de vida. Três delas eram saudáveis, mas uma tinha distrofia muscular. Nenhuma era vacinada contra a Covid-19. Foram as primeiras crianças a morrer por infeção do coronavírus em Hong Kong durante toda a pandemia.

A probabilidade de crianças infetadas pela linhagem BA.2 serem admitidas nos cuidados intensivos é 18 vezes maior do que comparada com as das restantes variantes e duas vezes maior do que a gripe, diz o estudo.

Os investigadores da Universidade de Hong Kong concluíram que “a severidade intrínseca da linhagem BA.2 da variante Ómicron não é tão ligeira como demonstrado pelas fatalidades e complicações severas nas crianças que nunca foram infetadas ou vacinadas”.

Prevalência da linhagem BA.2 da variante Ómicron aumenta para 82%

Em Portugal, o último relatório de situação da DGS refere que, a 14 de março, 29% das crianças entre os 5 e os 11 anos se encontravam vacinadas com as duas doses contra a Covid-19.

A linhagem BA.2 da variante Ómicron do coronavírus SARS-Cov-2, considerada mais transmissível, é responsável por 82% das infeções registadas em Portugal, enquanto a prevalência da linhagem BA.1 baixou para 18%, estimou o INSA no dia 15 de março.