A Finlândia e a Suécia deverão candidatar-se à NATO, no máximo até o final de maio. O ex-primeiro-ministro e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês, Alexander Stubb, adiantou esta quinta-feira na sua conta pessoal do Twitter que as duas nações nórdicas confirmaram essa mesma intenção “nas próximas semanas”.

“No início da guerra, eu disse que a agressão de Putin levaria a Finlândia e a Suécia a aderir à NATO. Eu disse que não seria uma matéria de dias e semanas, mas meses. Altura de reformular: a Finlândia vai candidatar-se nas próximas semanas, no máximo em maio. A Suécia segue-se”, afirmou Alexander Stubb.

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As declarações do atual ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês também parecem apontar para essa decisão. Na reunião da NATO desta quinta-feira em que marcou presente, Pekka Haavisto mencionou uma “conferência importante” da organização militar em junho, que terá lugar em Madrid. “Claro que a NATO está a perguntar-se a Finlândia e possivelmente a Suécia submeterão a sua candidatura antes disso”, sugeriu.

Ameaças da Rússia não surtem efeito: Finlândia e Suécia cada vez mais inclinadas a pedir adesão à NATO

Pekka Haavisto abordou a ameaça militar da Rússia, que está “disposta a aumentar os seus riscos nas operações militares” que desenvolve. “Pode mobilizar mais de 100 mil soldados contra um país vizinho”, avisou, reforçando que Moscovo já admitiu “usar armas biológicas e militares”. Neste contexto geopolítico, o chefe da diplomacia finlandesa explicou que o país pode “precisar de cooperação militar”. 

Membros da União Europeia, os dois países viram a população, que geralmente favorecia uma posição neutral, passar a apoiar a entrada na NATO após a invasão russa à Ucrânia. O secretário-geral da organização militar, Jens Stoltenberg, já garantiu que a Finlândia e a Suécia serão bem-vindas na organização militar.

“Caso decidam candidatar-se, a minha expectativa é que todos os aliados os acolham. E, tendo em conta que são os nossos mais próximos parceiros […], sabemos que podem facilmente aderir a esta Aliança se decidirem candidatar-se”, assegurou Jens Stoltenberg, que sublinhou que “não há outros países que estejam mais próximos da NATO, que tenham trabalhado tão de perto connosco durante tantos anos, em termos de interoperabilidade e exercícios militares” do que a Finlândia e a Suécia.

“Eventual adesão de Finlândia e Suécia à NATO pode ser muito rápida”, afirma Stoltenberg

Contudo, a Rússia deverá opor-se à entrada das duas nações nórdicas na NATO. Logo após a invasão à Ucrânia, o ministério dos Negócios Estrangeiros russo ameaçou Estocolmo e a Helsínquia com “sérias repercussões políticas e militares” se decidissem aderir à organização militar. “É evidente que a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, que é um bloqueio militar, teria graves consequências militares e políticas que obrigariam a que o nosso país tomasse medidas recíprocas”, sublinhou a porta-voz do MNE da Rússia, Maria Zakharova.

Finlândia e Suécia na mira de Putin? Rússia ameaça com “sérias repercussões militares” se países aderirem à NATO

As ameaças foram repetidas esta quinta-feira pelo porta-voz do Kremlin. Num entrevista à Sky News, Dmitry Peskov disse que, caso os países se juntem à NATO, a Rússia terá de “balancear a situação”, sendo obrigada a “tomar medidas adicionais para assegurar” a sua “segurança”. “Estamos completamente convencidos de que a NATO é uma máquina de confrontação.”