Foi um dos responsáveis por contratar uma equipa especial para assassinar o Presidente ucraniano, mas falhou o plano. Tinha como missão recolher informações sobre a situação interna na Ucrânia – outra missão não alcançada. Inicialmente, o Kremlin deixou um dos ex-chefes dos serviços secretos russos ficar em prisão domiciliária. Um mês depois, Sergei Beseda terá sido enviado para numa cadeia de alta segurança na região de Lefortovo — onde estão os considerados traidores da pátria.

De acordo com o que Telegraph apurou, Vladimir Putin decidiu enviar Sergei Beseda para a prisão de alta segurança com receio que este divulgasse informação confidencial aos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia. O Presidente russo baseou-se no facto de Washington estar a receber indicações bastantes precisas sobre o desenrolar do conflito, o que aumentou as suas desconfianças.

Os fracassos no terreno e as informações que o Ocidente tem conseguido recolher (que partilha depois com a Ucrânia) estão a deixar o Presidente russo frustrado, levando-o a procurar em todo o lado “espiões” e “traidores”, indicou Andrei Soldatov, jornalista russo, ao Telegraph. “É tradição — se as coisas não estão a correr bem, procuram-se traidores para culpar. Então eles começaram a procurar espiões”, acrescentou.

Putin terá condenado a prisão domiciliária dois agentes dos serviços secretos que deviam ter contratado assassinos de Zelensky

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Em território ucraniano, a missão de Sergei Beseda passava por prestar informações a Moscovo sobre a situação interna da Ucrânia. Em vez disso, terá concedido informações falsas e terá roubado o dinheiro destinado a recrutar agentes e a organizar operações subversivas.

Estas indicações falsas levaram a que Vladimir Putin inicialmente pensasse que a Ucrânia seria controlada em poucos dias, esperando um cenário em que as forças armadas ucranianas não conseguissem reagir de forma eficaz à ofensiva. Ora, isto não aconteceu — e levou o conflito a prolongar-se.

Além disso, Sergei Beseda tinha como objetivo contratar uma equipa especial para assassinar o Presidente ucraniano, tendo recorrido a guerrilheiros chechenos para o efeito. Contudo, estes já tinham sido identificados e eliminados pelos serviços de informação ucranianos, falhando por isso o assassinato e uma das finalidades da Rússia nesta invasão — tirar Volodymyr Zelensky do poder e trocar por um político pró-Rússia.