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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 51.º dia do conflito

Este artigo tem mais de 2 anos

Rússia promete atingir Kiev com mais mísseis. Foi revelada nota diplomática onde o Kremlin ameaça os EUA com "consequências imprevisíveis" para a segurança mundial se a Ucrânia continuar a ser armada.

Situation In The Recaptured By The Ukrainian Army Villages In The North Of Kyiv
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Maria ao lado da sepultura da filha Alla, numa aldeia no norte de Kiev, bombardeada pelos russos

NurPhoto via Getty Images

Maria ao lado da sepultura da filha Alla, numa aldeia no norte de Kiev, bombardeada pelos russos

NurPhoto via Getty Images

É o 51.º dia de guerra, depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia a 24 de fevereiro. Mariupol continua a ser um dos principais palcos do conflito, apesar de praticamente controlada pelos russos, e há avanços dos militares ucranianos na zona de Zaporíjia. Em Kiev houve bombardeamentos durante a noite. Já durante o dia, houve ataques em Mykolaiv e Kharkiv.

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

Aqui fica um ponto de situação para compreender o que aconteceu nas últimas horas. Pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador.

O que aconteceu de manhã?

Chernihiv heals its wounds after massive attacks

A destruição em Chernihiv

  • Rússia envia nota diplomática aos EUA: armar a Ucrânia “implica consequências imprevisíveis para a segurança regional e internacional”. A ameaça foi feita, terça-feira passada, por carta diplomática, segundo o Washington Post. O remetente foi a Embaixada da Rússia em Washington, o destinatário o Departamento de Estado.

Kremlin envia nota diplomática aos EUA. Armar a Ucrânia terá “consequências imprevisíveis” para a segurança mundial

  • A Rússia promete enviar mais mísseis contra Kiev. A declaração do porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, citado pela agência estatal russa Ria Novosti, surge um dia depois de a Rússia ter acusado a Ucrânia de realizar ataques aéreos a edifícios de civis em aldeias russas próximas da fronteira dos dois países.
  • Treze morteiros foram disparados de território russo e atingiram a a cidade fronteiriça de Senkivka, região de Chernihiv, segundo informação do Serviço de Guarda de Fronteiras partilhada na conta oficial de Twitter e noticiada pelo Kiev Independent. A informação não pode ser verificada de forma independente.
  • O governador do oblast de Lugansk pediu aos moradores que deixem imediatamente a região, através de uma mensagem no Telegram. “Não hesite e saia enquanto a possibilidade ainda existe. Escolha a vida, os autocarros estão à sua espera nos pontos de embarque. Assim como os comboios, que são suficientes”, escreveu Serhiy Gaidai.
  • Foram mortas 198 crianças desde o início da invasão russa e 355 foram feridas, com diferentes níveis de gravidade. Os dados são do mais recente relatório do Gabinete do Procurador Geral da Ucrânia que dá conta de ter registado 6.673 crimes de agressão e de guerra.
  • É “altamente provável” a Finlândia juntar-se à NATO, diz ministra Tytti Tuppurainen. As declarações foram feitas durante uma entrevista à Sky News. “O povo da Finlândia parece já ter tomado uma decisão e há uma grande maioria que defende a adesão à NATO.” No entanto, frisou que a adesão terá de ser discutida no parlamento.

É “altamente provável” a Finlândia juntar-se à NATO, diz ministra Tytti Tuppurainen

  • A França vai enviar camiões de bombeiros e ambulâncias para a Ucrânia. O anúncio foi feito na conta oficial de Twitter do presidente francês. Emmanuel Macron afirmou que há mais material de apoio à Ucrânia que será enviado em breve.
  • Uma força militar portuguesa partiu esta sexta-feira para a Roménia. O Presidente da República afirmou que estes elementos vão prevenir e defender a paz no leste da Europa. Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente na partida dos 222 militares que participam numa missão de dissuasão e de defesa da NATO, no aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa.

O que vão fazer 222 militares portugueses na Roménia?

  • Moskva, o navio russo afundado pelos ucranianos, tinha um papel fundamental, diz o Ministério de Defesa do Reino Unido. A Rússia, defende, terá de repensar a sua estratégia no Mar Negro.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O capitão do cruzador terá morrido na explosão, segundo informou o conselheiro do Ministério da Administração Interna da Ucrânia, Anton Gerashchenko, no Telegram.
  • As forças militares ucranianas estão “plenamente conscientes” de que a Rússia não vai perdoar o ataque,afirmou Natalia Goumeniouk, uma porta-voz militar.
  • E se não ainda não é claro o que aconteceu ao Moskva — as teses divergem consoante o lado que se oiça — as declarações mais recentes do Pentágono apoiam a versão ucraniana. Um alto responsável declarou  que o cruzador foi afundado por dois mísseis ucranianos, sublinhando que foi “um grande golpe” para a Rússia. Desmente, assim, a versão de Moscovo segundo a qual o navio “gravemente danificado por um incêndio”.
  • É o próprio Moskva que figura num selo postal que está a ser visto como um símbolo da resistência ucraniana e que começou a ser vendido na terça-feira. O selo, que tem uma ilustração de um soldado ucraniano a exibir o dedo do meio ao navio russo, esgotou em vários postos de correio na Ucrânia, depois das notícias do afundamento.
  • Na Crimeia, na cidade de Sebastopol, dezenas de pessoas juntaram-se a lamentar a destruição do navio russo Moskva no Mar Negro.
  • Na habitual mensagem gravada, o Presidente da Ucrânia descreve a situação no sul e no leste do país como “ainda muito difícil”. Nesses locais, a Ucrânia está “longe” de poder falar em “recuperação”. Noutros, está em curso uma reconstrução. Zelensky apelou mesmo a que as empresas localizadas em zonas seguras não cessem atividade.
  • Também esta sexta-feira, Volodymyr Zelensky pediu a Joe Biden que os EUA classifiquem a Rússia como um Estado “patrocinador de terrorismo”, o que, explica o The Washington Post, seria uma das sanções mais “poderosas” à disposição dos EUA.
  • Mais de 900 corpos de civis foram descobertos na região de Kievapós a retirada das forças russas, disse esta sexta-feira o chefe de polícia regional. Numa entrevista, Andriy Nebytov adiantou que os corpos foram abandonados nas ruas ou enterrados provisoriamente e sublinhou que 95% morreram por ferimentos de bala.
  • O chefe da polícia de Kiev disse ainda que o exército russo deixou armadilhas em carros de civis antes de sair de algumas zonas da região que tinha cercado.
  • O chefe da Administração Militar Regional de Kiev, Oleksandr Pavliuk, afirmou esta sexta-feira que retirar todas as minas da província (oblast) de Kiev pode demorar até um ano.
  • Aiden Aslin, o primeiro combatente estrangeiro a render-se a tropas russas, a 12 de abril, apareceu num vídeo visivelmente espancado e a ser interrogado por responsáveis russos.
  • Moscovo determinou a expulsão de 18 funcionários da representação da União Europeia na Rússia, em retaliação por uma medida semelhante tomada por Bruxelas na sequência da invasão militar da Ucrânia, foi hoje anunciado. A União Europeia condenou a decisão que, considera o porta-voz Peter Stano, não tem “fundamento”.
  • Pelo menos dez pessoas morreram, incluindo um bebé de sete meses, e mais de 30 ficaram feridas num bombardeamento russo a uma zona residencial de Kharkiv, adiantou o governador daquela região do nordeste da Ucrânia, noticia a AFP.
  • O governador de Mykolaiv, Vitaliy Kim, disse esta sexta-feira que cinco pessoas morreram num bombardeamento na região. Vitaliy Kim alega que a Rússia usou munições de fragmentação, que são proibidas pela lei internacional — e que o Kremlin tem garantido que já não usa.
  • A Rússia terá feito o pagamento em rublos de duas emissões soberanas denominadas em dólares, o que para a agência de notação financeira Moody’s é considerado incumprimento.
  • O ministro da Economia e vice-chanceler alemão, Robert Habeck, pediu esta sexta-feira aos alemães que poupem energia para “irritar Putin”, enquanto a Alemanha procura reduzir a dependência do gás russo no meio da guerra na Ucrânia.
  • A União Europeia está a trabalhar no reforço das sanções à Rússia para incluir embargo ao gás e ao petróleo, mas essas medidas demorarão “vários meses”, segundo indicaram à AFP alguns dirigentes europeus.
  • Os Estados Unidos acreditam que a guerra na Ucrânia pode estender-se ao longo de todo o ano de 2022, segundo o Telegraph.

Veja aqui o que se passou no dia anterior, 50.º dia da guerra.

Mapa de guerra. O que se sabe sobre o 50.º dia do conflito na Ucrânia

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