“Este tipo de tiroteios em massa não acontecem noutra parte do mundo. Também têm problemas de saúde mental, problemas no país, pessoas perdidas e a precisar de ajuda, mas este tipo de tiroteios em massa não acontecem como nos EUA. Porquê? Porque é que continuamos a permitir que isto aconteça?”, questionou, ao início desta quinta-feira, Joe Biden numa declaração de reação ao tiroteio em Uvalde, no Texas, que matou pelo menos 20 pessoas, 18 das quais crianças.

“Esperei não ter que fazer isto novamente”, começou Biden questionando o país sobre “quando é que vai fazer frente ao lobby das armas“. “Estou farto e cansado, temos de agir. Não me digam que não podemos ter um impacto nesta área. Passei a minha carreira, como senador e também vice-presidente, a trabalhar em leis sobre armas”, disse Biden.

“A ideia de que um miúdo de 18 anos pode fazer um tiroteio com apenas duas armas é doentia“, considerou o Presidente norte-americano que diz ter sido informado do tiroteio na escola primária enquanto estava a bordo do avião, numa “viagem de 17 horas de regresso da Ásia”.

“É tempo de agir, os que tentaram bloquear leis de senso comum têm que saber que não esquecemos. Podemos fazer muito mais, temos que fazer mais”, pediu.

“Estes pais não verão os filhos novamente, perder um filho é ter um pedaço da alma arrancado. Há um buraco no peito que parece que está a sugar-te para lá, uma sensação de sufoco. Nunca mais serão os mesmos”, afirmou o Presidente norte-americano, que perdeu dois filhos.

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Kamala Harris pediu “coragem para agir” e regulamentar porte e uso de armas

Ainda antes de Joe Biden falar, a vice-presidente dos Estados Unidos da América, Kamala Harris, disse “basta” e pediu “coragem para agir” na área da regulamentação de armas.

“Basta, já é demais. Os nossos corações continuam partidos”, salientou Kamala Harris, numa referência aos tiroteios em escolas que se repetem ano após ano nos Estados Unidos.

“Devemos encontrar coragem para agir e entender o nexo do que constitui uma política pública razoável e sensata”, acrescentou a vice-presidente norte-americana, num discurso dirigido ao Congresso, que tem sido incapaz de aprovar uma lei sobre as armas no país, apesar das repetidas tragédias.

Visivelmente afetada, Kamala Harris destacou que sempre que acontece uma tragédia como esta é de ficar com o coração partido, mas, lembrou, essa dor não se compara com o “que as famílias das vítimas passam”.

“E, mesmo assim, isto continua a acontecer”, lamentou a vice-presidente dos Estados Unidos.