Aysoltan Niyazov, membro da banda russa Pussy Riot, foi esta quarta-feira detida na Croácia e enfrenta uma possível extradição para o Turquemenistão.

A artista, com nacionalidade russa e turquemena, encontrava-se na Croácia para iniciar com a banda a digressão Riot Days, que passa por Portugal a 9 de junho, quando foi capturada por um mandado da Interpol emitido em 2002 pelo país asiático.

Alegadamente, Niyazov é acusada de desviar fundos do banco central do Turquemenistão.

O comunicado da Amnistia Internacional faz um pedido às autoridades croatas para que estas não avancem com a extradição, pelo risco da cantora vir a sofrer maus tratos. “As autoridades croatas sabem que o ativismo de Aysoltan Niyazov ia coloca-a em risco de sofrer abusos sérios, incluindo tortura e maus tratos, caso seja extraditada para o Turquemenistão. Este não é um país seguro para a sua segurança nem para os defensores dos direitos humanos.”

Esta organização não governamental declara já ter documentado um sem número de casos das autoridades turquemenas que “fazem acusações graves com base em argumentos ‘fabricados’ ou com pouca evidência” para que possam maltratar os suspeitos dessas mesmas acusações.

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Diz ainda, que os mandados da Interpol têm sido alvo de aproveitamento por parte de forças políticas e governamentais de países que não garantem o respeito pelos direitos humanos.

Os mandados da Interpol têm sido alvo de abusos flagrantes por parte de certos regimes e países autoritários com total desrespeito aos direitos fundamentais para tentar calar os ativistas e todos aqueles que falam sobre esses mesmos direitos. A Croácia não deve ser cúmplice destas práticas.” — expressa Julia Hall, deputada diretora na Europa.

O pedido da Amnistia Internacional à Croácia é que seja negado o pedido de extradição e Niyazov possa ser libertada o quanto antes. “As autoridades de Zagreb têm de negar o pedido de extradição feito pelo Turquemenistão e libertá-la imediatamente.”

Esta não é a primeira vez que a banda tem um episódio com as autoridades. Em maio, a também cantora das Pussy Riot, Maria Alyokhina, fugiu para a Lituânia vestida de estafeta com receio das repressão russa.

Maria Alyokhina, ativista da banda Pussy Riot, fugiu da Rússia disfarçada de estafeta de comida