O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou, esta quarta-feira, que o primeiro-ministro, António Costa, reconheceu que há uma situação grave e problemas estruturais em serviços hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em declarações aos jornalistas, à entrada para o Teatro Politeama, em Lisboa, após a conferência de imprensa da ministra da Saúde, Marta Temido, o chefe de Estado reiterou que aquilo que espera é que haja “uma prevenção relativamente ao que possa acontecer a partir do começo de julho e até ao final do verão” nos serviços públicos hospitalares.

Questionado uma vez mais sobre o encerramento de serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia nos últimos dias, Marcelo Rebelo de Sousa começou por responder que já teve oportunidade de falar deste assunto.

“Hoje mesmo o senhor primeiro-ministro reconheceu que é uma situação muito grave, que é uma situação estrutural. Estrutural precisa, portanto, de mexidas estruturais”, realçou, em seguida.

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Como o primeiro-ministro, António Costa, também o Presidente da República identificou, por um lado, uma “situação estrutural” e, por outro, um “problema conjuntural, quer dizer, neste período de dois fins de semana longos”.

Marcelo Rebelo de Sousa voltou a pedir que se evite a repetição durante o verão daquilo que aconteceu nestes dias:  “Aquilo que eu espero, depois de ter ouvido a senhora ministra da Saúde, é que haja uma previsão e uma preparação e uma prevenção”.

No Teatro Politeama o chefe de Estado foi assistir à estreia do musical “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”, de Filipe La Féria.

Esta quarta-feira, na sede do PS, António Costa comunicou aos jornalistas que a ministra da Saúde, Marta Temido, iria apresentar um “programa estrutural” para dar resposta a “problemas estruturais” do SNS.

O primeiro-ministro e secretário-geral do PS defendeu que “para além dos problemas de contingência, há problemas estruturais que têm de ter resposta”.

Numa alusão ao encerramento de serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia de vários hospitais, afirmou: “Obviamente todos temos consciência da situação grave que estamos a enfrentar”.

Mais tarde, no Ministério da Saúde, em Lisboa, Marta Temido anunciou a abertura de cerca de 1.600 vagas para médicos recém-especialistas, das quais 50 em ginecologia/obstetrícia.

A ministra anunciou também “a criação de uma comissão de acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia e obstetrícia e bloco de partos” composta por “cinco coordenadores regionais e um coordenador nacional”, para identificar os recursos disponíveis por hospital e região e aprovar modelos de gestão integrada para cada região.