O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, aproveitou a cimeira do G7 para advertir o Presidente francês, Emmanuel Macron, que resolver o conflito agora na Ucrânia apenas causaria “instabilidade duradoura” na Europa, na sequência de algumas declarações do chefe de Estado francês que sugerem que a Rússia não deveria sair humilhada no processo de prossecução da paz na Europa.

De acordo com declarações de um porta-voz do primeiro-ministro britânico ao jornal Telegraph, Boris Johnson avisou que, nas atuais circunstâncias, o fim do conflito seria encarado como uma vitória para o Presidente russo: “Daria a Vladimir Putin licença para manipular quer os países soberanos, quer os mercados internacionais perpetuamente”.

Apesar da crítica dirigida ao Presidente francês, os dois líderes concordaram em “continuar a trabalhar” em conjunto em “áreas” como a “defesa e a segurança” — e são os dois da opinião de que o Ocidente deve enviar mais armamento para a Ucrânia.

Como nota o Telegraph, antes da cimeira Boris Johnson aproveitou para elogiar a Alemanha na sua resposta à invasão da Rússia à Ucrânia, mas nunca mencionou França. “Nunca acreditei que veria um chanceler alemão a afirmar-se da maneira que Olaf Scholz se acabou por afirmar”, disse, acrescentando que nunca cogitara ver Berlim a “enviar armamento para os ucranianos se protegerem”.

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Para o primeiro-ministro britânico, Olaf Scholz fez “grande avanços”, tendo em conta que “40% do gás” que chega à Alemanha vem da Rússia. “Eles estão a enfrentar uma grande pressão, têm de assegurar uma fonte energética de outro lado. Mas eles estão a fazê-lo. Eles estão a fazer um esforço. Eles estão a fazer um sacrifício”, sublinhou Boris Johnson.

Presidente francês diz que paz não se constrói com humilhação da Rússia e pede que se evite espírito de vingança

O Presidente francês disse, em maio, que é necessário a paz na Europa e que, para isso, a Ucrânia e a Rússia terão de estar sentadas “ao redor da mesa”. “Mas isso nunca será feito com a exclusão ou com a humilhação de qualquer uma das partes”, assinalou Emmanuel Macron.