O secretário-geral da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas em Lisboa, Liu Zhenmin, afirmou esta quinta-feira que o texto da declaração final está fechado e não haverá alterações à versão preliminar com que se partiu para o encontro.

Honestamente, a declaração não será reaberta. Seria um risco abrir um texto aprovado numa reunião anterior. Será adotado amanhã [sexta-feira] o texto que os membros acordaram em Nova Iorque”, afirmou Liu Zhenmin, questionado sobre eventuais alterações ao texto da declaração, já conhecido desde antes do início da conferência.

Liu Zhenmin destacou que na declaração se reconhecem “impactos devastadores” da pandemia de Covid-19 na economia baseada no oceano e, consequentemente, na saúde humana, com um aumento de lixo plástico nos mares.

Saudou ainda os compromissos assumidos pelos 159 países participantes, destacando o compromisso português de “garantir que 100 por cento das suas reservas de peixe são mantidos dentro de limites biologicamente sustentáveis” e a ampliação da área protegida das ilhas Selvagens.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na conferência, em que participaram cerca de 6.700 inscritos estiveram delegações de 159 países, que se fizeram representar por “15 chefes de Estado, um vice-presidente, 124 ministros e 17 organizações governamentais internacionais”.

Na declaração final, reconhece-se que “é precisa mais ambição a todos os níveis para resolver o terrível estado do oceano“, ao mesmo tempo que os subscritores se manifestam “profundamente alarmados pela emergência global que o oceano enfrenta”, elencando a subida do nível das águas, erosão costeira a agravar-se e um mar “mais quente e mais ácido” com poluição que aumenta “a um ritmo alarmante”.

“Lamentamos profundamente o nosso falhanço coletivo” no que toca ao objetivo de desenvolvimento sustentável para a vida submarina, assumem os líderes no projeto de declaração final, referindo-se a questões como a sobrepesca, classificação de 10 por cento das zonas marinhas como áreas protegidas e recuperação de ecossistemas, que tinham metas definidas para 2020 e que não foram cumpridas.

Sobre o que falharam, declaram um “compromisso renovado” com “ação urgente e cooperação” para “atingir todas as metas tão cedo quanto possível sem atrasos indevidos”.