Dois “capacetes azuis” da Missão das Nações Unidas no Mali (Minusma) morreram e cinco ficaram gravemente feridos esta terça-feira na explosão de uma mina no norte do país, assolado pela violência extremista islâmica, anunciou a ONU.
“Hoje de manhã, um veículo blindado de uma coluna logística da Minusma acionou uma mina na estrada que liga Tessalit a Gao”, disse a organização em comunicado.
As duas vítimas mortais são de nacionalidade egípcia, garantiu um responsável da Minusma que pediu para não ser identificado.
“Uma força de intervenção rápida foi enviada para o local e os feridos foram retirados”, acrescentou a ONU.
Engenhos explosivos artesanais são uma das armas preferidas dos fundamentalistas islâmicos contra a Minusma e as forças armadas do Mali.
Com cerca de 13.000 “capacetes azuis”, a Minusma, criada em 2013 para apoiar o processo político maliano, é a missão de paz da ONU que regista mais vítimas mortais.
O Conselho de Segurança da ONU prorrogou na passada quarta-feira o mandato da missão por mais um ano.
Um total de 177 “capacetes azuis” morreu em atos hostis, incluindo quatro em junho. Outros oito militares da missão também foram feridos devido ao rebentamento de minas na região de Tombuctu em 23 de junho.
O Mali, um país pobre e sem litoral no coração do Sahel, foi palco de dois golpes militares em agosto de 2020 e maio de 2021.
A crise política anda a par de uma grave crise de segurança iniciada em 2012 pelo surto de rebeliões separatistas e atividade fundamentalista no norte.
O país é governado por uma junta militar que se afastou da França e dos seus parceiros e se voltou para a Rússia para tentar conter a disseminação do fundamentalismo islâmico, que entretanto se alastrou ao centro do país, bem como para os vizinhos Burkina Faso e Níger.
A violência provocou milhares de mortes de civis e militares, bem como centenas de milhares de deslocados.