O ministro das Relações Exteriores do Brasil disse esta terça-feira que o país quer comprar o máximo de gasóleo à Rússia, com quem está a finalizar um acordo para adquirir este tipo de combustível a um preço mais barato.
Questionado sobre isto durante uma visita à ONU, Carlos França disse que o Brasil, tal como outros países, procura fornecedores de gasóleo “seguros e fiáveis”, numa altura em que existem certos problemas de refinação e a fim de assegurar que o setor agrícola e os motoristas tenham combustível suficiente.
Claro, a Rússia é um grande fornecedor de petróleo e gás. Pode perguntar à Alemanha sobre isso, pode perguntar à Europa sobre isso”, disse o ministro aos jornalistas.
Questionado sobre a quantidade de diesel o Governo brasileiro espera comprar à Rússia, França afirmou: “tanto quanto pudermos”.
Também questionado sobre a compra de combustível a um país que está a invadir outro (Ucrânia) em violação da Carta das Nações Unidas, o ministro disse simplesmente: “talvez devesse perguntar ao Sr. Scholz sobre isso e depois eu responderei”, referindo-se ao chanceler alemão, cujo país é altamente dependente das importações russas de energia.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro disse na segunda-feira que o Brasil “quase fechou” um negócio para comprar diesel mais barato à Rússia, que está sob pesadas sanções económicas do Ocidente por causa da guerra na Ucrânia, à qual o Brasil não aderiu.
“Quando fui à Rússia (em fevereiro passado) comprei fertilizantes para o agronegócio e agora está quase fechado um negócio para comprarmos gasóleo mais barato da Rússia”, disse a um grupo de apoiantes fora da sua residência oficial em Brasília.
Desde o início da guerra na Ucrânia a 24 de fevereiro, o líder do Brasil tem mantido uma posição “equilibrada” em relação à invasão militar russa e tem criticado as sanções económicas impostas pelo Ocidente ao Governo de Vladimir Putin.