O Governo timorense aprovou esta quarta-feira um decreto-lei que cria a Unidade Falintil, uma nova unidade de forças especiais dentro das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), anunciou o executivo em comunicado.
Integrada na estrutura central das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e formada por cerca de 160 efetivos, a Unidade Falintil é uma unidade de operações especiais que “tem como principal missão formar militares na área específica das operações especiais”.
Cabe ainda à nova unidade “preparar uma Força de Operações Especiais, de efetivo reduzido, especialmente organizada e constituída por pessoal especialmente selecionado, treinado e equipado, para operar sob condições físicas e psicologicamente exigentes no cumprimento de missões que exigem técnicas e modos de emprego não convencionais”.
Uma Força de Operações Especiais garante capacidades únicas, flexíveis e versáteis, quer seja empregue isoladamente, quer em complemento de outras forças ou agências, na consecução de objetivos estratégicos, operacionais ou táticos quando não for adequado o emprego de outras forças e pode atuar em qualquer tipo de ambiente operacional, normalmente em formações de pequeno efetivo com elevado grau de autonomia e sob condições de elevado risco”, refere o estatuto da nova unidade, a que a Lusa teve acesso.
As Forças Armadas de Libertação de Timor-Leste (Falintil) foram o braço armado da luta contra a ocupação indonésia, tendo-se transformado posteriormente nas atuais forças regulares, ainda que mantendo o termo “Falintil” na sua identificação.
O decreto-lei aprovado, que define o Estatuto Orgânico da Unidade Falintil, estabelecendo a sua estrutura e atribuições, foi apresentado pelo ministro da Defesa, Filomeno da Paixão de Jesus.
O documento reconhece que o atual contexto estratégico de defesa e segurança “engloba mudanças constantes e profundas, em vários setores da sociedade” que “materializam uma nova tipologia de conflitos em que as ameaças são de natureza mais difusa, imprevisível e de natureza diversa”.
Neste contexto, sublinha, “a ação militar contra este tipo de ameaças exige a criação de forças mais flexíveis, projetáveis, sustentáveis, interoperáveis e tecnologicamente evoluídas, que operem com recurso a técnicas e modos de atuação mais discretos e económicos, mas de igual ou superior eficácia, sobretudo em conflitos assimétricos”.
“Esta forma de atuação consubstancia-se em processos tipicamente utilizados em estratégias do fraco contra o forte e têm-se constituído como método marcante de dissuasão e coação”, refere.
A unidade terá uma cadeia de comando “curta e clara”, com o “comando completo” da unidade a ficar sob responsabilidade do chefe de estado-maior general das Forças Armadas (CEMGFA).
Em maio, o Governo timorense aprovou o recrutamento de 600 efetivos para distribuir pelas várias componentes e unidades das F-FDTL.
Atualmente, as F-FDTL têm cerca de 2.280 efetivos.