A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) prorrogou esta quinta-feira provisoriamente a sua missão militar que combate grupos armados no norte de Moçambique, anunciou a organização.

A SADC assinala, em comunicado, que o destacamento da força alcançou “conquistas e marcos significativos” no combate ao “terrorismo”.

A decisão foi tomada durante uma cimeira extraordinária da “troika” dos chefes de Estado e de Governo da SADC, reunida esta quinta-feira em formato virtual e em que Moçambique foi representado pelo seu chefe de Estado, Filipe Nyusi.

A cimeira aprovou, em regime provisório, a prorrogação do mandato da SAMIM [a sigla inglesa da missão militar da SADC], além de 15 de julho de 2022, para viabilizar a continuação das operações”, refere-se num comunicado divulgado pela Presidência da República de Moçambique.

O alargamento provisório do destacamento das tropas da África Austral vai durar até à “apreciação e consideração do relatório abrangente da SAMIM pela cimeira ordinária dos chefes de Estado e de Governo da SADC, agendada para 17 e 18 de agosto de 2022, na República Democrática do Congo” avança-se na nota.

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A “troika” enalteceu o papel e os esforços do Presidente da África do Sul e do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC, Cyril Ramaphosa, na manutenção de uma paz e segurança duradoiras na região, refere-se no comunicado.

No encontro desta quinta-feira, os líderes da SADC prestaram um minuto de silêncio em homenagem ao antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos, que morreu no dia 8, em Barcelona.

Além de Filipe Nyusi, a reunião da “troika” contou com a presença de Cyril Ramaphosa, Lazarus Chakwera, e do chefe de Estado da RDCongo, Félix Tshisekedi.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio.