As relações diplomáticas entre a Coreia do Norte e a Ucrânia estão a chegar a um ponto crítico. Pyongyang decidiu reconhecer, na quarta-feira, a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, o que irritou Kiev, que decidiu cortar todos os laços com as autoridades norte-coreanas.

Esta sexta-feira, o ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte reagiu ao corte diplomático, acusando a Ucrânia de cometer um “ato contrário à imparcialidade e à justiça nas relações interestatais”. Isto, ao mesmo tempo que Kiev “se alinha com a política ilegal, hostil e irracional dos Estados Unidos”.

Para a diplomacia norte-coreana, a Ucrânia não tem nada a ver — nem tem de comentar — aquilo que é “o exercício legítimo de soberania” de Pyongyang, aludindo ao reconhecimento das duas repúblicas apoiadas por Moscovo.

A Coreia do Norte garante que “vai continuar a fortalecer e desenvolver amizade e cooperação com todos os países” que respeitam “a soberania” e tratem o país “favoravelmente” à luz dos “princípios da soberania, da não interferência em assuntos internos e respeito mútuo”.

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Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitry Kuleba, foi bastante crítico da decisão norte-coreana em reconhecer as repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk. “Consideramos esta decisão uma tentativa de Pyongyang de minar a soberania e integridade territorial da Ucrânia”, afirmou o responsável, acrescentando que era uma ação “nula e vazia” que não teria quaisquer “consequências legais”.

Além disso, Dmitry Kuleba aproveitar por criticar Moscovo. “A Rússia não tem mais aliados no mundo à exceção daqueles que dependem do país financeira e politicamente. O nível de isolamento da Federação Russa será em breve o mesmo da Coreia da Norte”, vaticinou.

A Coreia do Norte, a Rússia e a Síria são os únicos países que reconheceram a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.