Um tribunal na África do Sul condenou dois moçambicanos num caso de tráfico de 39 pessoas de Moçambique, incluindo nove crianças menores de 5 anos, anunciaram esta terça-feira as autoridades sul-africanas.

Os dois irmãos […] foram considerados culpados e condenados pelo Tribunal de Magistrados de Belfast na sexta-feira, 22 de julho de 2022, por violação da lei de imigração. Foram condenados a três meses de prisão ou pagamento de multa de 5 mil rands (302 euros) cada um”, salientou em comunicado a unidade de investigação criminal (HAWKS, na sigla em inglês) da polícia sul-africana.

No comunicado refere-se que os dois moçambicanos, que foram detidos em junho numa fazenda agrícola em Dullstroom, na província sul-africana de Mpumalanga, que faz fronteira com Moçambique, decidiram abandonar o seu pedido de fiança por tráfico de pessoas, acrescentando que “encontram-se detidos a cumprir pena na prisão”.

De acordo com a polícia sul-africana, os coacusados no caso de alegado tráfico de pessoas de Moçambique — dois sul-africanos, pai e filho –, compareceram na segunda-feira perante o tribunal de Belfast, tendo o magistrado adiado o caso para 27 de julho para nova audiência de fiança.

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Os dois sul-africanos encontram-se detidos desde o início de julho por “violação da lei de tráfico de pessoas, participação ou conspiração no tráfico de pessoas“, segundo as autoridades sul-africanas.

Segundo a porta-voz Dineo Lucy Sekgotodi, citada no comunicado a que a Lusa teve acesso, os homens “foram presos em 3 de julho de 2022 por tráfico de pessoas no caso em que 39 vítimas, incluindo sete mulheres, nove crianças menores de 5 anos e 23 homens maiores de 18 anos, que foram resgatados de uma fazenda agrícola em Dullstroom”, referiu.

A porta-voz da unidade policial de investigação criminal sul-africana salientou que a quadrilha recrutava as suas vítimas em Moçambique com a promessa de “melhor emprego” na África do Sul, para onde eram transportadas ilegalmente por via terrestre.

“As vítimas foram transportadas de Moçambique para a fronteira, onde tiveram de sair do táxi e atravessar a fronteira ilegalmente pelo rio para a África do Sul e depois levadas no táxi para Lydenburg [cidade próxima a Dullstroom]. O filho do proprietário da quinta e um traficante encontraram-se alegadamente com o taxista, a quem pagaram em dinheiro em troca das vítimas, que foram levadas para a fazenda para trabalho”, adiantou a porta-voz policial sul-africana.