A economia portuguesa cresceu 6,9% no segundo trimestre face a igual período do ano passado. Mas abrandou face aos primeiros três meses do ano. Em cadeia a contração foi de 0,2%.
Comparando com o primeiro trimestre de 2022, o PIB diminuiu 0,2% em volume, após um crescimento em cadeia de 2,5% no trimestre anterior, em resultado do contributo negativo da procura interna para a variação do PIB. Em sentido contrário, o contributo positivo da procura externa líquida aumentou, refletindo o crescimento em cadeia mais acentuado das Exportações de Bens e Serviços que o das Importações de Bens e Serviços”, revela o INE.
A contração, em cadeia, no segundo trimestre está relacionada com o menor consumo privado e o menor nível de investimento, em termos internos. O que não foi compensado pela aumento da procura externa líquida, em resultado da aceleração das exportações face às importações.
O INE acrescenta ainda que “os preços implícitos nos fluxos de comércio internacional aumentaram significativamente, tendo-se registado uma maior aceleração nas exportações devido às componentes de serviços, determinando uma perda dos termos de troca menos intensa que no trimestre anterior.”
O crescimento de 6,9% em termos homólogos, explica o INE, reflete ainda um efeito base, já que no primeiro trimestre de 2021 ainda “estiveram em vigor várias medidas de combate à pandemia que condicionaram a atividade económica”.
Esta é a estimativa rápida do INE que confirmará os valores a 31 de agosto, divulgando os resultados detalhados.
No primeiro trimestre a economia portuguesa tinha registado um crescimento de 2,5%, na comparação com o quarto trimestre de 2021, e de 11,8% face ao período homólogo de 2021, que ainda tinha sido marcado pelo segundo confinamento devido à Covid-19. Quando divulgou as contas nacionais referentes ao primeiro trimestre, os valores eram superiores em uma décima de ponto (crescimento em cadeia de 2,6% e homólogo em 11,9%), que, agora, foram revistos em baixa.
“Esta estimativa rápida incorpora nova informação primária, nomeadamente no que se refere ao comércio internacional de bens relativo ao primeiro trimestre de 2022, que implicou uma revisão em baixa de 0,1 pontos percentuais nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB divulgadas na edição das Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional de 24 de junho de 2022.”
O Governo aponta para este ano um crescimento de 4,9%. Só o Conselho das Finanças Públicas tem uma projeção menos otimista, divulgada em março — de 4,8%. De resto, já revistas as projeções por parte de outras entidades, o Banco de Portugal estima um crescimento anual em 2022 da economia portuguesa de 6,3%, o FMI de 5,8% e a Comissão Europeia (a mais otimista) aponta para 6,5%.
Zona euro consegue crescimento em cadeia
A zona euro ainda conseguiu crescimento no segundo trimestre, de 0,7%, tendo o conjunto da União crescido 0,6%, segundo os dados preliminares do Eurostat. No primeiro trimestre o crescimento, em cadeia, tinha sido de 0,5% na zona euro e de 0,6% na União Europeia.
Em termos homólogos, o PIB da zona euro e da União Europeia cresceu 4%, depois de um crescimento de 5,4% na zona euro e de 5,5% na União Europeia no primeiro trimestre de 2022 face a igual período de 2021.
Dos onze países da União já incluídos na estatística do Eurostat, Portugal é um dos três únicos a ter um recuo do PIB em cadeia. O Eurostat divulga mais pormenores a 17 de agosto.