Melhor cartão de visita era complicado: em 21 eliminatórias europeias com vitórias fora na primeira mão, o Benfica passou em 20 ocasiões, falhando apenas esse triunfo no longínquo ano de 1968/69 quando o Ajax de Rinus Michels com um tal de Johnn Cruijff na frente de ataque conseguiu ainda dar a volta no encontro da Luz. Melhor era mesmo quase impossível, apesar das oportunidades ainda no primeiro tempo para aumentar a vantagem de dois golos, o Benfica ficou mais próximo da entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões como na última temporada que levará a um encaixe de 36 milhões de euros. Dúvida: será isso suficiente para segurar Gonçalo Ramos, alvo de ofertas próximas desse mesmo montante?

Com Neres são os outros que ficam coxos (a crónica do Dínamo Kiev-Benfica)

Há dois pontos comuns aos cinco jogos oficiais realizados pelos encarnados até ao momento: 1) acabaram sempre em vitória, com uma mais apertada (Casa Pia, 1-0) e três com três ou mais golos (no 4-1 e no 3-1 com o Midtjylland e no 4-0 com o Arouca); 2) o número 88 esteve sempre presente na ficha de jogo, com golos ou assistências. Ao todo, e com mais um golo apontado ao Dínamo Kiev numa espécie de penálti em andamento após roubo de bola de David Neres, Gonçalo Ramos leva cinco golos e duas assistências nas cinco primeiras partidas da temporada, seguindo os registos alcançados por Pizzi e Jonas na Luz.

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Ao todo, há quase 40 anos que o Benfica não fazia duas épocas consecutivas a ganhar os cinco primeiros jogos com um total de 14 golos, sendo que o avançado esteve em metade desses remates certeiros.

“Este início de época está a ser o que eu esperava. Trabalho sempre para contribuir para a equipa, seja com golos ou com assistências… Marcar nem sempre é o mais importante. O importante é que ganhámos, jogámos bem, podíamos até ter feito mais um ou dois golos e o importante é a vitória. Agora na Luz é encarar o jogo da mesma forma. No próximo jogo está 0-0 no início, independentemente da vantagem. Vamos para cima deles da mesma maneira e queremos vencer outra vez”, comentou à CNN Portugal, antes de fintar de novo a pergunta de uma possível saída: “Estou focado no Benfica a 100%”.

“Foi um jogo intenso como esperávamos, perante uma boa equipa, com qualidade nas transições. Por vezes precisámos do guarda-redes, os defesa centrais estiveram bem. Estamos apenas no intervalo. Queríamos fazer um bom primeiro passo, conseguimos e agora temos de nos focar. Temos de estar preparados ao máximo que conseguirmos para a próxima mão da eliminatória”, comentou depois Roger Schmit à Eleven Sports. “Estamos a meio. Fizemos um bom primeiro jogo, o resultado é bom mas tudo é possível. Temos de estar atentos e focados. Queremos levar as coisas a bom porto no nosso estádio. Continuamos a achar que o Dínamo é uma boa equipa e temos de ter muita atenção”, referiu depois à CNN Portugal.

Quando vemos Ramos jogar, sentimos que ele adora jogar pelo Benfica, como se vê. O futebol é um negócio e não podemos ter a certeza do que vai acontecer. Neste momento, estamos focados no próximo jogo e no que vai acontecer. Horta? Não tenho espaço para pensar em transferências. Há muito trabalho para fazer e para preparar o jogo contra o Dínamo”, referiu.

Nem mesmo com dois golos de vantagem fora (ou em terreno neutro, na Polónia) o técnico alemão dá por ganha a eliminatória. Ainda assim, e de acordo com o Playmakerstats, era necessária um terramoto para falhar a Champions: nunca numa fase de qualificação de provas europeias uma equipa com dois golos de avanço conseguidos como visitante acabou por ser eliminado, num registo a confirmar na Luz.