O presidente do PSD, Luís Montenegro, desafiou esta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, a intervir e a “pôr ordem na casa” para “deixar de ter um Governo em roda livre” que “atravessa um período de grande desorientação”.
Eu creio que é altura de haver uma intervenção do primeiro-ministro, de pôr ordem na casa, de deixar de ter um Governo em roda livre, em que cada membro do Governo, cada vez que aparece a falar em público, vem acrescentar intranquilidade, insensibilidade e incompetência àquilo que é o desempenho do Governo”, argumentou o líder do PSD.
Em declarações aos jornalistas, durante uma visita à Feira de Agosto, em Grândola, no distrito de Setúbal, Luís Montenegro considerou que o Governo “atravessa um período muito complicado, de grande desnorte e de grande desorientação” e apontou como exemplo declarações proferidas esta quinta-feira pela ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa realizada após a reunião do Conselho de Ministros.
Assistimos, atónitos, a uma declaração da senhora ministra da Saúde a atirar a responsabilidade da atual situação para os anos 80. Eu não sei onde é que está hoje o sentido de responsabilidade e de realismo dos membros do Governo”, criticou Luís Montenegro.
Ministra da Saúde atribui constrangimentos atuais a escolha feita “nos anos 80”
Nessa conferência de imprensa, noticiou a agência Lusa, a ministra da Saúde considerou que os problemas que têm afetado recentemente o Serviço Nacional de Saúde (SNS) são consequência de decisões tomadas “há várias décadas”, apontando aos anos 80 do século passado.
Para Luís Montenegro, estas afirmações mostram que “o Governo continua em roda livre” e são “uma fuga completa às responsabilidades”.
“Dizer que o caos que há atualmente no Serviço Nacional de Saúde se deve a medidas tomadas nos anos 80, 40 anos depois? Sete governos do Partido Socialista depois? O Partido Socialista governou 20 dos últimos 27 anos. A senhora ministra da Saúde acordou para aquilo que foram medidas nos anos 80? Estamos a brincar com a vida das pessoas. Os portugueses merecem respeito”, criticou.