Pelo menos 32 pessoas morreram e mais de 100 foram hospitalizadas na sequência dos confrontos que eclodiram durante a noite de sexta-feira em vários bairros de Trípoli, informou hoje o Ministério a Saúde líbio.

O centro de Trípoli converteu-se num campo de batalha que obrigou à retirada de dezenas de famílias as zonas residenciais.

Na sequência dos confrontos, que alastraram a zonas fora da capital, hospitais e vários edifícios civis ficaram seriamente danificados.

Os serviços médicos confirmaram, entretanto, a morte do jovem comediante líbio, conhecido pela sua presença nas redes sociais, Mustafa Baraka, enquanto fazia uma transmissão ao vivo dos confrontos.

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A cidade está hoje a registar uma trégua nos confrontos após as forças de apoio ao Governo de Unidade Nacional (GUN) terem conseguido fazer recuar as milícias leais a Fathi Bashaga, chefe do governo rival, com sede em Sirte (centro) e que considera “ilegítimo” o executivo na capital.

Os confrontos opuseram dois grupos armados influentes, na região oeste do país, onde algumas milícias apoiam o chefe do Governo com sede em Trípoli, Abdelhamid Dbeibah, e outras estão ao lado de Fathi Bachagha.

Desde a sua nomeação, em fevereiro, pelo parlamento a leste, Bachagha tem tentado, sem sucesso, entrar em Trípoli, para estabelecer aí a sua autoridade, ameaçando usar a força para conseguir o seu objetivo.

Bachagha é apoiado pelo general Khalifa Haftar, um homem forte no leste da Líbia, cujas forças tentaram conquistar a capital em 2019.

Dbeibah, por sua vez, afirma que só entregará o poder a um Governo eleito.

As tensões entre grupos armados leais a um ou outro dos líderes rivais foram exacerbadas nos últimos meses em Trípoli.

O Governo em exercício em Trípoli tomou posse no início de 2020, a partir de um processo patrocinado pela ONU, com a missão de organizar eleições em dezembro passado, mas adiado indefinidamente devido a fortes divergências.

A Líbia mergulhou no caos após a revolta que derrubou o regime de Muhammar Kaddafi, em 2011.