Os ministros europeus da Energia vão reunir-se num Conselho extraordinário em 09 de setembro, anunciou esta segunda-feira a presidência checa da União Europeia (UE), propondo uma “solução ao nível europeu” para a acentuada crise energética, exacerbada pela guerra.

Após um fim de semana repleto de negociações, posso anunciar que vamos convocar uma reunião extraordinária do Conselho da Energia. Iremo-nos reunir em Bruxelas no dia 9 de setembro”, anunciou o ministro da Indústria e Comércio da República Checa, Jozef Síkela, numa publicação na rede social Twitter.

Numa altura em que os preços da energia — especialmente do gás — batem máximos e em que a UE teme um corte no fornecimento energético russo devido à resposta europeia à guerra da Ucrânia, Jozef Síkela apontou ser necessário “reparar o mercado energético” comunitário.

A solução ao nível da UE é, de longe, a melhor que temos”, adiantou Jozef Síkela.

Também através do Twitter, o primeiro-ministro checo, Petr Fiala, indicou que “os preços elevados da energia são um problema à escala europeia, que é necessário resolver ao nível europeu”.

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Falei novamente esta manhã com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Antes do Conselho de Energia da UE, queremos encontrar uma forma de ajudar pessoas e empresas, com a qual possamos acordar com os líderes europeus”, concluiu Petr Fiala.

O anúncio desta reunião extraordinária surge quando países como Portugal adotam medidas para aliviar as faturas do gás.

Questionada pela Lusa, a Comissão Europeia defendeu na sexta-feira passada “medidas limitadas” em Portugal no gás, “em termos das quantidades abrangidas”, para evitar um aumento do consumo na UE, embora saudando a proposta do Governo para alargar a regulamentação do mercado.

Em causa está a meta que entrou em vigor a 9 de agosto, na UE, para reduzir voluntariamente 15% do consumo de gás até à primavera de 2023, visando aumentar o armazenamento nos Estados-membros e criar uma “almofada” perante eventual rutura no fornecimento russo.

As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

Em Portugal, em 2021, o gás russo representou menos de 10% do total importado.