A Pytorch, projeto de “open-source” que tem permitido a colaboração na investigação em áreas como a inteligência artificial e a aprendizagem automática, vai passar da Meta (dona do Facebook) para a organização sem fins lucrativos Fundação Linux. Esta fundação é um consórcio de tecnologia que tem como missão principal o desenvolvimento de software de código aberto, que poder ser disponibilizado de forma livre aos utilizadores.

De acordo com a nota da empresa de Zuckerberg, a Pytorch vai “beneficiar” de estar numa “casa que seja neutra”.

A mudança de mãos não é a única alteração no projeto, anunciou Mark Zuckerberg, o fundador e CEO da Meta. O projeto vai evoluir para a Fundação Pytorch, que pretende com esta mudança acelerar ainda mais o desenvolvimento de investigação nas várias aplicações da inteligência artificial. Além disso, o anúncio feito pela dona do Facebook destaca que esta será uma forma de garantir “que as decisões vão ser tomadas de forma transparente e aberta por um grupo diversificado de membros do conselho durante os próximos anos”.

A diferença é que, ao contrário do que tem acontecido até aqui, a Meta não estará sozinha no projeto. “O conselho de administração da nova Fundação PyTorch vai incluir muitos dos líderes de inteligência artificial que ajudaram a comunidade a chegar onde está hoje, incluindo a Meta e os nossos parceiros da AMD, Amazon Web Services (AWS), Google Cloud, Microsoft Azure e Nvidia”, contextualizou Mark Zuckerberg. A ideia passará ainda pela expansão deste conselho de administração com a inclusão de representantes de outras entidades.

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A Fundação Linux nomeou Ibrahim Haddad, o vice-presidente de programas estratégicos, para ser o diretor executivo desta nova fundação.

“O crescimento em torno da inteligência artificial e aprendizagem automática tem sido algo de extraordinário – e o facto de a comunidade ter abraçado a PyTorch levou a que se tornasse num dos cinco projetos de software open-source de mais rápido crescimento do mundo”, diz Jim Zemlin, diretor-executivo da Fundação Linux. Segundo os números partilhados pela Meta, desde 2016, o projeto conseguiu juntar 2.400 colaboradores e 18 mil organizações adotaram a estrutura de aprendizagem automática para fins de investigação académica e ambientes de produção. “Ao trazer a PyTorch para a Fundação Linux, onde está uma comunidade global que continuará a prosperar é uma verdadeira honra. Estamos agradecidos à equipa da Meta – onde a PyTorch foi incubada e cresceu para um ecossistema massivo – e por confiar na Fundação Linux para este esforço crucial.”

Da AMD à Google Cloud, os membros que vão integrar a administração desta nova fundação destacam a importância da colaboração nesta área da inteligência artificial. “O software de open-source é crítico para avançar a investigação nas áreas de computação de alto desempenho, inteligência artificial e aprendizagem automática e estamos preparados para levar a nossa experiência nas plataformas de software de código aberto e inovação na Fundação Pytorch”, refere Brad McCredie, vice-presidente corporativo da área de data center e processamento acelerado da AMD.

“A criação da Fundação Pytorch é um significativo passo em frente para a comunidade”, destaca por sua vez Brian Granger, tecnologista sénior da Amazon Web Services.

Já a Google Cloud refere que, “ao participar na Fundação Pytorch, está a demonstrar o compromisso da possibilidade de escolha no desenvolvimento de aprendizagem automática”, indica Andrew Moore, vice-presidente e gestor da Google Cloud AI e soluções para indústria.

A Meta garante que pretende continuar a investir na Pytorch e usá-la “como estrutura principal para a investigação e produção de IA”. A transição não significa que vão ser feitas alterações ao código, ao projeto principal ou aos modelos operacionais dos programadores da PyTorch, acrescenta a companhia.