O secretário de Estado de Nampula, Mety Gondola, disse que as autoridades reforçaram a segurança face a novos ataques no extremo norte daquela província moçambicana, assegurando que as instituições estão a funcionar nos pontos afetados.
Reforçámos bastante a nossa capacidade nestes últimos dias e temos equipas em desdobramento”, declarou o secretário de Estado de Nampula, citado esta quarta-feira pela Rádio Moçambique.
Em causa estão ataques registados nas últimas semanas no extremo norte daquela província, incursões armadas cuja autoria é atribuída aos rebeldes que têm aterrorizado, desde 2017, Cabo Delgado, província vizinha de Nampula.
Segundo Mety Gondola, as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique estão no terreno e as instituições do Estado estão em funcionamento.
Nós, como direção da província, temos estado a acompanhar de perto os distritos afetados”, acrescentou.
Os ataques no extremo norte de Nampula deixaram um número ainda desconhecido de mortos, incluindo uma freira italiana morta durante um ataque à missão católica em Chipende, no extremo norte da área que faz parte da diocese de Nacala.
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Trata-se de uma zona próxima do rio Lúrio, fronteira natural entre as províncias de Cabo Delgado e Nampula.
Na quinta-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alertou que o país deve impedir a expansão de grupos armados para mais províncias, assinalando que o “terrorismo não tem fronteiras, não tem quartel”.
Eles migraram, espalharam-se em grupos pequenos e estão a tentar ir para Nampula”, sublinhou o chefe de Estado moçambicano.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
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A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial, e na província de Nampula.
Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.