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Milhares de russos vão ser chamadas para combater na Ucrânia depois do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter anunciado uma “mobilização militar parcial”. Mas Nikolai Peskov, filho do porta-voz do Kremlim, Dmitry Peskov, garantiu em direto que não está a pensar ser um deles.
Quem vai vai ser mobilizado para combater na Ucrânia e quem escapa à guerra? O que já se sabe
Tudo começou quando o comentador político Dmitry Nizovtsev decidiu telefonar aos filhos de vários líderes russos para saber se iam comparecer para a mobilização dos membros de reserva. As respostas foram gravadas para o programa “Popular Politics”, criado por apoiantes do opositor russo Alexei Navalny. Além de Peskov, os alvos foram os filhos do primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, e do diretor Nacional da Guarda da Rússia, Viktor Zolotov.
A representative of the Navalny Team, called Nikolai Peskov, pretending to be an employee of the military registration and asked him to come to commissariat. Peskov's son made it clear that there was no need to wait for him, because he is blue blood, not an ordinary mortal.
1/2 pic.twitter.com/bsWP00KTZe— NEXTA (@nexta_tv) September 21, 2022
Durante as conversas, Nizovtsev fez-se passar por um comissário militar e pediu que se apresentassem para um exame às 10h00 do dia seguinte. A resposta de Nikolai Peskov foi clara: não é para ele.
“Claro que não vou lá às 10h amanhã. Se sabe que sou o Sr. Peskov, devia perceber o quão errado é para mim estar lá. Eu vou resolver isto a um nível diferente. Preciso de compreender no geral o que está a acontecer e quais os meus direitos”, explicou, segundo uma tradução do Ukrainska Pravda. Nikolai Peskov garantiu que não tem nenhum problema em defender a sua pátria, mas disse que tem de perceber se é “viável” para si estar lá, referindo-se a certas “nuances políticas”.
Estou pronto para ir, mas não ao seu pedido. Se Vladimir Vladimirovich [Putin] me disser para ir, eu irei. Mas neste momento estou fora dos critérios e da reserva.”
Durante um discurso à nação esta quarta-feira, o primeiro desde o início da invasão da Ucrânia (a 24 de fevereiro), o líder russo admitiu perdas na Ucrânia e decretou uma mobilização parcial. O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, corroborou as declarações de Vladimir Putin, acrescentando que existirão perto de 300 mil militares na reserva no país que serão chamados a combater.