O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky garantiu este sábado que as suas forças, que agora controlam a cidade estratégica de Lyman, assumirão “na próxima semana” outras cidades da região de Donetsk, anexada na sexta-feira pela Rússia.
“Durante a semana, novas bandeiras ucranianas foram içadas no Donbass”, onde fica a região de Donetsk, disse Zelensky. “Haverá ainda mais na próxima semana”, acrescentou.
Dirigindo-se ao povo russo o presidente ucraniano afirmou: “Vocês serão mortos um a um”, enquanto o presidente russo Vladimir Putin, que ordenou a invasão da Ucrânia, estiver no poder.
“Até que todos vocês resolvam o problema de quem começou tudo, quem começou esta guerra sem sentido contra a Ucrânia, vocês serão mortos um por um, tornando-se bodes expiatórios, porque não admitem que esta guerra é um erro histórico para a Rússia”, frisou Zelensky, na sua comunicação diária.
O exército russo anunciou também este sábado a “retirada” da cidade de Lyman, um importante entroncamento ferroviário no leste da Ucrânia, que o exército deste país diz ter “cercado” nas últimas horas.
“Ameaçadas de cerco, as tropas aliadas foram retiradas de Lyman para posições mais favoráveis”, informou o Ministério da Defesa russo, em comunicado, referindo-se a um posto onde as forças controladas por Moscovo tinham posicionado cerca de 5.000 soldados.
Nas últimas horas, as forças ucranianas tinham anunciado a entrada em Lyman, na região de Donetsk, cuja anexação pela Rússia tinha sido celebrada na sexta-feira por Moscovo.
“Lyman é um posto importante, já que constitui o próximo passo para a libertação do Donbass. Esta é uma oportunidade para avançarmos para Kreminna e para Sievierodonetsk, pelo que se torna psicologicamente muito relevante”, admitiu Serhii Cherevatyi, porta-voz das forças ucranianas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.