A taxa de inflação saltou para 10,7% na zona euro em outubro, um recorde desde o início da união monetária, confirmou o Eurostat esta segunda-feira. Este valor compara com os 9,9% de setembro (inicialmente estimados em 10,0% mas posteriormente revisto em baixa).
O cálculo da inflação saiu “muito mais elevado do que o esperado” pelos economistas, reconhece o alemão Commerzbank em nota de reação onde salienta que os pressões sobre os preços “subiram de forma mais rápida em todos os segmentos”: a chamada inflação subjacente, que exclui preços da energia e da alimentação não-processada, subiu 0,2 pontos percentuais, para 5%.
“Os dados divulgados esta segunda-feira aumentam a probabilidade de que o Banco Central Europeu (BCE) voltará a subir as taxas de juro em 75 pontos-base, uma vez mais, em dezembro, especialmente tendo em conta que a economia da zona euro cresceu 0,2% no terceiro trimestre, em comparação com o segundo trimestre”, acrescenta o banco de investimento.
Juros sobem “a galope”? BCE devolve críticas e culpa governos por alimentarem a inflação
O BCE aumentou as taxas de juro em 75 pontos-base na última semana, confirmando que em dezembro deverá haver novo aumento mas deixando em aberto a possibilidade de essa subida ser a um ritmo menor. O facto de a inflação de outubro ter superado largamente as expectativas torna mais provável que possa haver um novo aumento de 75 pontos-base a 15 de dezembro, algo que as taxas Euribor devem começar a refletir nos próximos dias.