A documentação que serve como prova da perseguição e morte de milhares de judeus na Alemanha, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, é vasta, mas surgiram agora novas fotografias que mostram a destruição de sinagogas e a violência, em 1938, contra judeus que viviam em território alemão e austríaco. As fotografias fazem agora parte do espólio do arquivo memorial Yad Vashem, de Israel.

3 fotos

Nas fotografias, é possível ver vários militares austríacos e alemães com livros que eram retirados de habitações e das sinagogas, cujo objetivo seria a destruição. E é também possível ver a destruição de lojas e até um incêndio numa sinagoga. Um dado importante é a data das fotografias, que foram tiradas em 1938, um ano antes do início da Segunda Guerra Mundial, que começou em 1939 e durou até 1945.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Estas fotografias, conforme explica o Yad Vashem, estiveram guardadas durante décadas nos Estados Unidos, em casa de um soldado judeu que representou os norte-americanos na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial. Só depois da morte do soldado é que estes registos foram descobertos pela filha e pelas netas, que encontraram as fotografias quando limpavam a casa.

Os documentos históricos foram divulgados esta quarta-feira, precisamente no dia que marcou 84 anos da Kristallnacht, a noite que ficou conhecida como a ‘a noite dos cristais’, ou ‘a noite dos vidros partidos’. Neste dia, a 9 de novembro de 1938, grupos de alemães e austríacos acataram e queimaram lojas, casas e sinagogas de judeus. Os registos apontam para a morte de 92 judeus, só nesta noite, e terão sido destruídas cerca de 1.400 sinagogas. Além das mortes, cerca de 30 mil judeus foram enviados para campos de concentração.

“Os ângulos e a proximidade parecem indicar um objetivo claro, para documentar os eventos que ocorreram. Estas são fotografias realmente raras, que lançam uma luz sobre eventos do Progrom de novembro. (…). Tudo isto serve como prova adicional de que isto foi ditado de cima e não foi um evento espontâneo de um público enfurecido“, explicou o responsável pela secção de fotografia do arquivo memorial Yad Vashem, em comunicado.

Também em comunicado, o presidente do Yad Vashem, Dani Dayan, referiu que “é extremamente perturbador e difícil” ver estas imagens, que são o espelho da “humilhação de judeus e da destruição das suas casas, negócios e até sinagogas”. “Estas fotografias mostram, de forma clara, a verdadeira intenção dos nazis e os esforços sistemáticos e deliberados para cumprir a sua agenda. Estas fotografias constituem provas documentais importantes das atrocidades que foram feitas aos judeus da Europa“, disse Dani Dayan, acrescentando que “é fundamental que estas imagens e outros documentos do Holocausto sejam preservados e mantidos em Yad . Vashem para sempre”.

Servirão como testemunhas eternas, mesmo depois de os sobreviventes deixarem de estar aqui para testemunhar as suas próprias experiências e vão transmitir às próximas gerações.”