Para atrair investidores da indústria cinematográfica e televisiva, o PSOE e Podemos, coligação à frente do governo espanhol, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Sanchéz, está a apostar em grandes incentivos para as principais plataformas de streaming: os limites máximos à dedução, que tinham sido estimados em 10 milhões de euros por temporada de série estrangeira produzida, podem passar, já a partir de 1 de janeiro de 2023, a ser “determinados por episódio”, avança o jornal El Mundo.
A alteração faz parte do Projeto Lei que estabelece um novo imposto sobre bancos e energia elétrica. Em Portugal, o Fundo de Apoio ao Turismo e Cinema, criado em 2018, é de, até agora, 12 milhões de euros anuais. O valor que serve para apoiar, através de incentivos fiscais, produções nacionais e internacionais, chegou ao fim em maio deste ano.
As deduções espanholas continuam fixadas em 30% para o primeiro milhão de euros investidos e 25% após esse primeiro milhão. Já uma produção a partir e acima dos 40 milhões consegue arrecadar uma dedução de cerca de 10 milhões (pouco mais de 25%).
A ser aprovada, a medida proposta pela coligação do Governo deverá entrar em vigor ainda antes do fim do ano, de forma a atrair a as grandes produções estrangeiras — numa altura, nota o jornal, em que outras alternativas, como Bulgária ou Hungria, se tornaram menos atrativas, considerando a proximidade geográfica ao conflito na Ucrânia.
Recorde-se que a série “Guerra dos Tronos” e a prequela “Casa do Dragão”, ambas produções da HBO Max, foram rodadas, em parte, neste país. Esta semana, a Netflix inaugurou a expansão dos seus sets de rodagem em Madrid, no Spain Audiovisual Hub, agora o maior da Europa. Só em 2022, está planeado o lançamento de mais de 30 títulos espanhóis.