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O principal oficial de segurança ucraniano confirmou a morte de conselheiros militares na Crimeia e avisou que qualquer iraniano na Ucrânia que apoie a invasão da Rússia ao país seria um alvo a abater.

As declarações foram feitas por Oleksiy Danilov, secretário da defesa nacional e do conselho de defesa da Ucrânia, que disse que os iranianos se encontravam na Crimeia para ensinar soldados russos a pilotar os drones armados Shahed-136, fornecidos à Rússia pelo Irão.

Apesar de Danilov não ter confirmado quantos militares iranianos foram assassinados pelas forças de Kiev, em outubro, o jornal israelita The Jerusalem Post reportou que dez conselheiros tinham sido mortos durante os ataques da Ucrânia na região da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014.

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Segundo o The Guardian, numa entrevista em Kiev, Danilov desvalorizou o ataque, afirmando que estes militares “colaboram com terroristas e participam na destruição” da Ucrânia. “Não devias estar onde não devias estar”, acrescentou.

Depois de, inicialmente, Teerão ter negado fornecer drones a Moscovo, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amirabdollahian, confirmou que o governo forneceu “um número limitado de drones à Rússia meses antes da guerra da Ucrânia”.

Irão reconhece pela primeira vez que forneceu drones a Moscovo

Na entrevista, dada na quinta-feira, Danilov disse que ainda se está para apurar se o Irão, para além de fornecer drones, também terá entregue mísseis balísticos à Rússia, afirmando que, se isso for verdade, quer dizer que Moscovo “não tem capacidade para fabricar os seus próprios mísseis, pelo menos nos números que lhe permitiriam continuar uma guerra em grande escala”.

O oficial ucraniano questionou ainda a eficácia das sanções aplicadas contra o Irão pelo Ocidente, tendo em conta que o país, que “tem estado sob sanções desde 1979”, tem capacidade para “produzir tais armas”.

Os documentos oficiais que se encontravam em cima da secretária de Oleksiy Danilov estavam tapados por folhas brancas, devido a razões de segurança mas, no meio delas, encontrava-se um jogo de xadrez, com apenas um peão negro movido em frente. Questionado sobre o simbolismo do tabuleiro, Danilov respondeu que o jogo era uma metáfora sobre um mundo onde as regras já não se aplicam ou são respeitadas.

“Mostra que agora todos começaram [a jogar] com o preto”, disse o militar. “Ou que o preto pode também ser branco, ou talvez cinzento”.