Nos dias que correm, os hiperdesportivos nascem um pouco por todo o lado, como se tratassem de cogumelos. O exemplo mais recente chega-nos pela mão da De Tomaso, construtor de outrora que regressa ao activo depois de décadas de ausência, mas entra pela porta grande com o P900, um hiperdesportivo que parece simultaneamente o belo e o monstro, destinado apenas para pista e mais amigo do ambiente do que parece à primeira vista.

Cheio de curvas, todas elas nos sítios correctos, o novo De Tomaso promete ser um monstro em termos de capacidade de arranque e eficácia de comportamento, sem que isso o tenha obrigado a abrir mão de linhas atraentes, mesmo apaixonantes. Mas, mais importante do que as formas é o facto de o P900 conseguir anunciar apenas 900 kg quando colocado sobre a balança, tornando-se num verdadeiro peso-pluma. O segredo é a fibra de carbono, a que o construtor recorreu para lhe dar corpo, reduzindo o peso.

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Outro dos trunfos do De Tomaso é a sua mecânica, o magnífico V12 atmosférico com 900 cv que é capaz de girar sem comprometer a robustez até às 12.300 rpm, ou seja, mais 200 rpm do que o anunciado pelo V12 da Cosworth que equipa o Murray T.50, concebido pelo ex-engenheiro de F1 Gordon Murray. Com um peso de somente 220 kg, a marca garante que este é o V12 mais ligeiro da história, associado a uma caixa de velocidades sequencial da XTrac, com a mecânica a contribuir decididamente para a excelente relação peso/potência 1:1 do conjunto, o que permite antecipar uma espectacular capacidade de aceleração.

Pretendendo revelar alguma preocupação ambiental, mas sendo desaconselhável adoptar uma mecânica electrificada, pelo incremento de peso que provocaria, além da maior complexidade da mecânica que complicaria a manutenção, a De Tomaso optou por se concentrar antes no combustível. A gasolina que alimenta o V12 passa de fóssil a sintética, o que a torna mais sustentável e limita os poluentes emitidos durante a queima.

O De Tomaso é proposto por 3 milhões de euros à saída da fábrica e sem impostos, podendo ser entregue em 2023 ou 2024, sendo que esta diferença de 12 meses se reflectirá nas especificações do modelo. Isto porque o V12 apenas estará pronto em 2024, o que significa que os interessados em ter o P900 já para o ano vão ter de aceitar o De Tomaso com outro motor. E esta hipótese não é necessariamente pior, em termos de nobreza ou de desempenho, uma vez que o motor para 2023 é o V10 Judd que vimos durante algum tempo na F1, em modelos como o Benetton B197 que Jean Alesi e Gerard Berger utilizaram em 1997.

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