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Os Estados Unidos modificaram, secretamente, os sistemas de lançamento de foguetes HIMARS enviados para a Ucrânia. O objetivo? Impedir que possam ser usados para lançar mísseis de longo alcance para a Rússia, revelaram oficiais norte-americanos ao jornal Wall Street Journal.

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Desde junho, os EUA já forneceram à Ucrânia 20 HIMARS (sigla para High Mobility Artillery Rocket System), que se têm provado eficazes no terreno, permitindo às forças ucranianas atacar alvos da logística russa nos territórios ocupados. Estas armas, que já motivaram uma série de posters e até uma música, começaram por ser usados contra pontes, pontos de transporte russos e infraestruturas aeroportuárias, mas também são usados na defesa antiaérea.

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Segundo os oficiais norte-americanos ouvidos pelo Wall Street Journal, as alterações são uma precaução vista como necessária pela administração de Joe Biden para reduzir o risco de uma escalada no conflito. Os HIMARS foram alterados pelo Pentágono para não dispararem mísseis de longo alcance, incluindo os ATACMS norte-americanos que os EUA têm recusado enviar para a Ucrânia. Com as modificações implementadas conseguem assim garantir que, mesmo que Kiev obtenha este tipo de mísseis de outros parceiros, não poderá lançá-los a partir dos HIMARS.

Questionado sobre o assunto, o Pentágono recusou comentar as alterações. “Devido às considerações das operações de segurança nós não comentamos publicamente sobre a configuração dos sistemas fornecidos aos aliados e parceiros”, afirmou o porta-voz, o general Patrick Ryder. Sublinhou, contudo, que os EUA continuam “comprometidos” em providenciar à Ucrânia as capacidades necessárias para combater a invasão russa.

Pentágono pondera enviar para a Ucrânia bombas de alta precisão feitas pela Boeing

Desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia, a 24 de fevereiro, os EUA expandiram gradualmente o tipo de armas que estão dispostos a ceder, enviando armas cada vez mais sofisticadas. Começando com os mísseis Stinger e Javelin, evoluíram para os Howitzers M777 e depois para os HIMARS. No entanto, para evitar o risco de escalada, os EUA já tinham obtido do Presidente Volodymyr Zelensky a garantia de que estes últimos não seriam usados para ataques contra o território ucraniano. Até agora, as autoridades ucranianas cumpriram essa promessa.

Os EUA consideram agora a hipótese de adquirir bombas de alta precisão feitas pela fabricante de aviões Boeing e pela marca sueca SAAB. Estas bombas, que são guiadas por GPS, podem ser usadas para destruir veículos blindados. A Ucrânia continua a pedir aos aliados mais sistemas de defesa antiaéreos e, segundo um oficial norte-americano, também estão a considerar o envio de sistemas Patriot.