Marcelo Rebelo de Sousa deixou esta manhã garantias de que não utilizará a “bomba atómica” de dissolução da Assembleia da República, considerando que esta teria “muito mais inconvenientes do que vantagens” para o país. Diz Marcelo que “não há alternativa evidente, forte e imediata” e que o que é preciso é que “o PS governe” com “estabilidade.”
“Não havendo uma maioria absoluta clara de alternativa não se pode estar a recorrer de 8 em 8 meses à bomba atómica. Não é claro que surgisse uma alternativa evidente, forte e imediata àquilo que existe no Governo. O experimentalismo não é a coisa melhor para a saúde das democracias”, afirmou o Presidente da República, antes de embarcar para o Brasil, onde irá participar na tomada de posse de Lula da Silva.
Pressionando também a oposição, Marcelo Rebelo de Sousa diz que “não há uma maioria absoluta clara de alternativa”e mostrou ter considerado também a hipótese de usar a bomba atómica, mas antevendo um resultado em que “o povo português confirme a maioria absoluta”.
“Usar a bomba atómica significa três meses de paragem do país. Nesta altura é preferível que o Governo efetivamente governe, e cada vez melhor, a estar a interromper a vida política portuguesa por 3, 4 meses numa altura muito sensível. Não havendo uma maioria absoluta clara de alternativa não se pode estar a recorrer de 8 em 8 meses à bomba atómica”, notou o Presidente.
Demissão de Pedro Nuno Santos. “Ninguém é obrigado a ficar no Governo”, diz Marcelo
Falando pela primeira vez sobre a demissão do Ministro das Infraestruturas, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas que “ninguém é obrigado a ficar no Governo”.
“Quando alguém pede demissão da função governativa é porque entende que não tem condições políticas. Ninguém pode ser preso a ficar no Governo”, disse o Presidente da República em declarações aos jornalistas antes de embarcar para o Brasil.
Sobre a substituição, que só acontecerá já no próximo ano, Marcelo Rebelo de Sousa diz que é “fundamental ver quando é” e “qual a solução para a substituição”.
Ainda antes de embarcar, Marcelo pressiona mais uma vez Costa: “É fundamental que 2023 seja um ano bom para os portugueses, isso depende de todos nós e muitíssimo do Governo.”
