“Guerra” foi a palavra escolhida pelos portugueses para representar o ano que agora terminou. O vocábulo vencedor da iniciativa “Palavra do Ano”, anunciado esta quinta-feira de manhã na sede da Porto Editora, no Porto, recebeu o maior número percentual de votos de sempre (53%). A palavra que ganhou a edição do ano passado, “vacina”, recebeu 45,5% dos votos.
Em comunicado, a Porto Editora destacou que “o vocábulo eleito” remete “para a invasão da Ucrânia pela Rússia, que deu início ao maior conflito militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”.
Em segundo lugar, ficou “inflação” (18,8%), seguida de “urgências” (6,6%), palavras que fazem referência à crise económica global e os problemas nos serviços de urgências hospitalares em Portugal. A morte da Rainha Isabel II em setembro fez com que o vocábulo “rainha” fosse o quarto mais votado, com 5,3% dos votos.
A lista das dez finalistas a “Palavra do Ano” de 2022, que esteve em votação durante dezembro, conclui-se com “energia” (4,8%), seca (3,9%) abusos (2,2%), ciberataque (2%), nuclear (1,7%) e juros (1,7%).
Criada em 2009, a “Palavra do Ano” tem como objetivo “sublinhar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa, património vivo e precioso de todos os que nela se expressam, acentuando, assim, a importância das palavras e dos seus significados na produção individual e social dos sentidos com que vamos interpretando e construindo a própria vida”.
A palavra que reflete “os principais acontecimentos e preocupações coletivas que marcaram” o ano anterior é escolhida pelos portugueses a partir de uma lista de dez finalistas definida por definidos por uma equipa de linguistas e lexicólogos a partir das sugestões dos portugueses (em 2022, foram mais de sete mil) das pesquisas efetuadas online na Infopedia e do trabalho de acompanhamento da realidade da língua portuguesa.