É o primeiro Grand Slam da temporada, é também o torneio com uma vertente mais “política” e emocional entre os principais do calendário internacional do ténis, é sem dúvida “o” torneio de Novak Djokovic até por não ter sido “o” torneio do sérvio em 2022 depois de passar de candidato a deportado. À exceção de Carlos Alcaraz, lesionado, todos os melhores tenistas do ranking estavam em Melbourne. No entanto, era de um que se falava. E motivos não faltavam, dos melhores aos piores, naquela que é cada vez mais a sua “casa”.
Primeiro, a lesão na perna esquerda contraída durante a vitória no Open de Adelaide que levou a que tivesse de cancelar algumas sessões de treino para não forçar o músculo. Depois, a irritação com o árbitro no jogo da segunda ronda frente ao francês Enzo Couacaud por entender que havia um espectador embriagado com o único propósito de lhe mexer com a cabeça. A seguir, as críticas feitas em conversa com jornalistas sérvios pelas insinuações feitas em torno do seu problema físico, dizendo que quando tocava a outros eram vítimas (falando sem nomes de Rafa Nadal) mas consigo era a fingir. De seguida, os elogios a Roger Federer em plena Rod Laver Arena que arrancaram aplausos de pé. Em paralelo, o quase rancor de Alex de Minaur por não se esquecer que o australiano tinha apelidado de “circo” a novela de 2022. Por fim, o convívio do pai, que voltou à Austrália 16 anos depois, com apoiantes de Putin com o símbolo Z na camisola.
Pelo meio, e naquilo que mais interessava, Djokovic foi passeando nos courts. Vitória com o espanhol Roberto Carballés Baena em três sets, vitória com o francês Enzo Couacaud em quatro sets, vitória com o búlgaro Grigor Dimitrov em três sets, vitória com o australiano Alex de Minaur em três sets, vitória com o russo Andrey Rublev em três sets. A competição avançava, as dificuldades aumentavam, a resposta era ainda melhor e mais forte (sem necessidade de assistência médica a meio como aconteceu nos jogos inaugurais). E assim continuou nas meias-finais, confirmando sem o pai nas bancadas o passeio em Melbourne para atingir a décima final de um torneio que nunca perdeu estando no encontro decisivo. Último obstáculo? Stefanos Tsitsipas, que bateu antes Karen Khachanov. Depois de Jo-Wilfried Tsonga, Andy Murray (quatro vezes), Rafa Nadal (duas), Dominic Thiem e Daniil Medvedev, é o grego que desafia o que nunca aconteceu.
Novak Djokovic's fans react to his semi-final victory outside of Rod Laver Arena ????????????
Wait for his oldest fan ❤️#AusOpen pic.twitter.com/aUoHWoG2Tr
— Eurosport (@eurosport) January 27, 2023
???????? Toronto '18
???????? Madrid '19
???????? Shanghai '19
???????? Paris '19
???????? Dubai '20
???????? Roland Garros '20
???????? Rome '21
???????? Roland Garros '21
???????? Rome '22
???????? Astana '22
???????? Paris '22
???????? Turin '22
???????? AUSTRALIAN OPEN '23It's @DjokerNole & @steftsitsipas for the 13th time in the #AusOpen final! pic.twitter.com/8CdSTVlPl2
— Tennis TV (@TennisTV) January 27, 2023
O sérvio precisou apenas de 14 minutos para colocar o encontro a seu favor apesar de uma entrada com mais dificuldades do que se pensava: fez o 1-0 depois de salvar dois break points, quebrou o serviço do americano após um arranque com 40-0, segurou o seu serviço para fixar o 3-0 no marcador e chegou com facilidade ao 5-1 apesar da melhoria de Tommy Paul no seu jogo entre mais erros diretos do que é habitual. Contudo, a questão mental acabou por trair o agora quarto cabeça de série na Austrália: depois de chegar ao 30-0 e de ter um set point, “pegou-se” com o árbitro por causa da toalha e do tempo que tem entre os pontos, perdeu a concentração e viu Tommy Paul aproveitar para fazer o seu primeiro break point, segurar o seu jogo de serviço, ver Djokovic começar a nona partida com uma dupla falta, fazer o 5-4 e empatar a cinco. Voltava tudo à estaca zero mas com o sérvio de novo a focar-se no seu jogo. Ou seja, a fechar com 7-5…
He just always finds a way! @DjokerNole ???????? looked to be in control, then he was on the back foot, but he closes out the first with a massive break of serve.
He leads 7-5 after one.@wwos • @espn • @eurosport • @wowowtennis • #AusOpen • #AO2023 pic.twitter.com/n1aj56WeyV
— #AusOpen (@AustralianOpen) January 27, 2023
Foi remédio santo. Ainda houve um momento no segundo set em que Tommy Paul podia ter mexido de novo com as contas, quando desperdiçou três pontos de break e viu Djokovic fazer mesmo o 3-0 com esses três jogos a durarem 20 minutos depois de uma hora no primeiro parcial. A partida estava encaminhada caso não houvesse mais nenhum desvio à normalidade e foi assim que fechou com 6-1 com confiança redobrada que se via em pormenores como a confiança que colocava no seu segundo serviço. O americano foi ao balneário à procura de inspiração para fazer um autêntico milagre mas a quebra de serviço logo a abrir o terceiro set acabou por ser quase um fechar de contas na meia-final, com novo triunfo por 6-2. Agora, Djokovic, que leva um parcial de 21-11 em finais do Grand Slam mas 9-0 no Open da Austrália, está apenas a uma partida de igualar Rafa Nadal e tornar-se logo no início do ano o jogador com mais Majors da história.
#AusOpen semifinals: ✔️✔️✔️✔️✔️✔️✔️✔️✔️✔️#AusOpen finals: ????????????????????????????????????❓
Will X mark the spot for @DjokerNole on Sunday?@wwos • @espn • @eurosport • @wowowtennis • #AO2023 pic.twitter.com/lcx6Wnm3dT
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Most Grand Slam singles finals (all-time):
34 – Chis Evert
33 – Serena Williams
33 – Novak Djokovic
32 – Martina Navratilova
31 – Roger Federer
31 – Steffi Graf@DjokerNole & @serenawilliams tied in 2nd place on 33! pic.twitter.com/VCu8eCdTBx— Tennis TV (@TennisTV) January 27, 2023