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O Vaticano garante que não tem nada a ver com a construção do polémico altar-palco em Lisboa. Em declarações à Agência Católica de Informação, a ACI Prensa, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que não interveio em qualquer decisão sobre o altar-palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que vai custar mais de cinco milhões de euros.

O diretor do gabinete de imprensa do Vaticano Matteo Bruni frisou que “a organização do evento é local”, pelo que as despesas serão pagas pela autarquia.

Esta versão contradiz a do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa — Carlos Moedas disse na terça-feira que as “especificações” do palco foram “definidas em reuniões com a Jornada Mundial da Juventude, a Igreja e a Santa Sé”. 

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A polémica sobre a construção do altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa final nasceu depois de o Observador ter publicado a notícia de que a obra custaria 4,2 milhões de euros, e que mais tarde se percebeu, através do contrato presente no Portal Base, serão na verdade mais de 5 milhões de euros (mais de um milhão serão gastos nas fundações) e sem contar com o IVA, numa empreitada atribuída por ajuste direto à Mota-Engil.

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O valor suscitou várias críticas e pedidos de explicação, com Marcelo Rebelo de Sousa ora a dizer que queria saber mais detalhes, ora a dar-se por satisfeito com os esclarecimentos prestados por Carlos Moedas, ora a pedir que o altar fosse mais comedido.

Na quinta-feira a controvérsia ganhou nova dimensão depois de Sá Fernandes, o coordenador do grupo de projeto de preparação do evento, dizer que havia um plano mais barato e de o Presidente da República negar ter tido conhecimento do valor do altar, como a SicNotícias avançou. Ao final da tarde a Igreja, pela voz do bispo Américo deu razão a Marcelo e disse-se magoada pelo elevado custo da JMJ. 

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Carlos Moedas tem justificado o investimento argumentando com a necessidade de o altar-palco receber duas mil pessoas (metade serão bispos) e as características do terreno, e que terá uma utilização no futuro.

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