Carlos Moedas sugeriu, não concretizando, Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara de Lisboa, disse-o praticamente com todas as letras: apesar das pressões de Marcelo Rebelo de Sousa e de Américo Aguiar, bispo que está a organizar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), para que a autarquia baixe o preço do altar-palco, a obra é para manter tal como está. “Realisticamente parece-me difícil mexer no projeto”, cortou o democrata-cristão. Acossada pelas críticas, e sobretudo irritada com a falta de solidariedade de (praticamente) todos os envolvidos no processo, a equipa de Moedas ensaiou o tiro a dois alvos: Fernando Medina e José Sá Fernandes.
O primeiro grande sinal de que vinha aí uma grande dor de cabeça surgiu no próprio dia em que o Observador revelou que altar-palco ia custar 4,2 milhões de euros mais IVA. Horas depois, Marcelo Rebelo de Sousa personificava a polémica que ia ganhando lastro na opinião pública. “Gostaria de ouvir explicações“, pediu o Presidente da República. A partir daí, começou um carrossel de declarações públicas, com Carlos Moedas a tentar agarrar todos à decisão da autarquia. Sem sucesso.
Pior ficaria a situação depois das declarações de José Sá Fernandes, coordenador Grupo de Projeto de preparação da JMJ. Na SIC Notícias, o antigo vereador socialista (pertenceu à equipa de Fernando Medina) veio dizer que estava “surpreendido” com o valor da obra, garantiu que havia soluções “mais baratas” e até mostrou um projeto que atestava isso mesmo.
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