Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

“Queimar tudo”. Para o apresentador russo Vladimir Solovyov esta é a única resposta possível da Rússia perante a decisão dos aliados da Ucrânia de enviarem, pela primeira vez, tanques de batalha ocidentais. E apontou os vários alvos um a um: as capitais da Alemanha, França, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, os “países nazis que tomaram a decisão de ir para guerra com a Rússia”.

“Estão a enviar tanques para a Ucrânia para matar soldados russos no território russo. E nós dizemos: ‘bem, vamos queimá-los’. Onde? Berlim, Paris, Madrid, Londres, Washington deviam estar a arder“, defendeu durante um programa transmitido no canal Rossiya 1 da televisão estatal russa.

Ucrânia: Britânicos esperam enviar tanques Challenger 2 no final de março

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O propagandista do Kremlin, conhecido como a “voz de Putin”, foi ainda mais longe e sugeriu que a Rússia deve por isso recorrer ao seu arsenal de armas nucleares estratégicas. “Evitar uma guerra nuclear é o mais importante? Então para que temos armas nucleares estratégicas? (…) Porque é que não são apontadas às capitais das nações nazis, às suas bases aéreas estratégicas, a toda a tríade nuclear que pode ser usada pelos países da NATO contra nós?“, afirmou, segundo uma tradução do El Español.

Em direto na televisão russa, Solovyov, que foi alvo de sanções do Reino Unido e da União Europeia, disse ainda que a “Terceira Guerra Mundial já está em andamento”. Não faltaram críticas à liderança europeia, dirigidas em particular ao chanceler alemão, Olaf Scholz, e à ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, por terem prometido e autorizado o envio dos tanques Leopard-2 para a Ucrânia. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, também foi alvo de críticas por ter defendido a entrega deste armamento a Kiev.

Num discurso de cerca de 20 minutos, o apresentador também atribuiu aos Estados Unidos e ao Reino Unido responsabilidade pelas explosões que atingiram os gasodutos Nord Stream 1 e 2, em setembro do ano passado.

A 26 de setembro foram detetadas três explosões nos gasodutos, que partem da Rússia e transportam gás para a Europa. Do ataque resultaram quatro fugas de gás nas zonas económicas da Suécia e Dinamarca, no Mar Báltico. Alguns países atribuíram a culpa à Rússia – alegações que o Kremlin sempre negou -, mas para Solovyov não restam dúvidas dos culpados.

Não há provas conclusivas sobre responsabilidade russa nas explosões do Nord Stream 1 e 2

“Explodiram os nossos gasodutos, fazendo-nos perder milhões de euros e isso não teve repercussões para os terroristas internacionais. Os EUA e o Reino Unido estão por trás disto e não fizemos nada. E agora estão a entregar armas ofensivas e não fazemos nada”, afirmou. O apresentador sublinha que é tempo do governo russo agir: “Ainda têm dúvidas de que é uma guerra contra a Rússia?”.