O exército iraniano revelou esta terça-feira a existência de uma base aérea subterrânea de aviões de caça, apresentada como capaz de resistir a eventuais bombardeamentos norte-americanos, a poucos dias da celebração de mais um aniversário da Revolução Islâmica de 1979.

A base Águia-44 da Força Aérea “tem capacidade para receber todos os tipos de aviões de caça e bombardeiros, e ainda “drones” (aeronaves não tripuladas)”, afirmou a agência oficial Irna, que à semelhança de outros “media” difundiu fotos e imagens vídeo.

Em maio de 2022, o Irão tinha já revelado pela primeira vez imagens de uma base de “drones” situada nas montanhas de Zagros, no oeste do país.

Não foi fornecida qualquer indicação desta nova instalação, situada a “várias centenas de metros de profundidade no coração das montanhas para assim poder resistir às bombas dos bombardeiros estratégicos dos Estados Unidos”, precisou a televisão estatal.

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Estas imagens foram divulgadas na véspera do “Dia da Força Aérea”, no âmbito das celebrações dos 44 anos de Revolução Islâmica de fevereiro de 1979, aniversário assinalado no sábado, e mostraram o chefe do Estado-maior das Forças Armadas, general Mohammad Bagheri, e o comandante do Exército, Abdolrahim Mousavi, a visitarem a base.

“A Águia-44 é uma das numerosas bases aéreas táticas subterrâneas da Força Aérea construídas em diferentes regiões do país no decurso dos últimos anos”, disse a agência Irna.

A Força Aérea iraniana está sobretudo equipada com aviões de combate russos Mig e Sukoi datando da época soviética, de alguns aparelhos chineses, e de F4 e F5 norte-americanos anteriores à Revolução Islâmica de 1979. Nos últimos anos, o país fabricou aviões de combate Azarakhsh, uma versão do F-5.

O Irão também começou a desenvolver programas de “drones” na década de 1980, no decurso da guerra Irão-Iraque (1980-1988).

Desde o início de fevereiro, uma instalação militar do Ministério da Defesa em Ispahan (centro) foi atingida por “drones” quadricópteros, que, segundo o ministério, não provocaram vítimas e apenas “danos menores”.

O embaixador do Irão junto das Nações Unidos acusou Israel de “responsabilidade” por este ataque, que se seguiu a uma série de sabotagens e assassinatos atribuídos ao Estado judaico.

Os dois países estão envolvidos há vários anos numa guerra latente, com Israel a acusar o Irão de pretender possuir armas nucleares, intenções que Teerão desmente.