Rihanna só precisou aparecer e cantar para encantar. A Super Bowl LVII opôs os Philadelphia Eagles aos Kansas City Chiefs e aconteceu no State Farm Stadium, na cidade de Glendale, no estado norte-americano do Arizona e, como vem sendo habitual, o intervalo do jogo é tão (ou mais) importante como a própria partida. O espectáculo halftime deste ano não teve as acrobacias e efeitos visuais de outros anos, mas trouxe Rihanna de volta com os seus êxitos e uma grande novidade: a gravidez do segundo bebé.

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Com um macacão com o fecho aberto à frente a deixar ver uma camisola vermelha e uma escultura rígida sobre o peito, Rihanna optou por um look total em vermelho, incluindo a cor dos lábios e o relógio. Mas o que mais deu nas vistas (e que falar) na imagem da cantora foi a barriga saliente, ou como chamam os norte-americanos o “bump”, que denunciou que está grávida do seu segundo bebé, nove meses depois do nascimento do primeiro filho. Depois de grande expectativa pelo regresso da artista, foi a gravidez que fez títulos de notícias pela madrugada dentro. A revista People afirma ter tido a confirmação de um representante de Rihanna na noite deste domingo e acrescenta que assim a cantora torna-se a primeira mulher grávida a atuar no espetáculo do intervalo.

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No relvado um grande palco retangular vermelho foi a base do espetáculo e o cenário viriam a ser as bancadas do próprio estádio. Da meia hora de intervalo entre a 2ª e a 3ª partes do jogo, entre 300 a 400 trabalhadores montaram o palco, quase em estilo passerelle, em oito minutos e desmontaram em tempo semelhante, para 13 minutos de espetáculo, segundo conta o Daily Mail. No entanto, a atuação de Rihanna começou no ar, mais precisamente numa, entre várias, plataformas retangulares suspensas sobre o relvado. Ao fim de anos afastada da sua carreira musical, a cantora estava novamente de microfone na mão preparada para atuar ao vivo. Olhou para a câmara, acariciou a barriga e começou a cantar “Bitch better have my money”.

A playlist deste mini concerto contou com 12 músicas. Seguiram-se “Where have you been!” e “Only girl (in the world)”. Depois de “aterrar” no palco foi a vez e cantar “We found love” e dar alguns passos de dança acompanhada por uma série de bailarinos vestidos de branco, com calças largas e casacos com capuz e óculos escuros.

“Rude boy”, “Work”, “Wild thoughts”, “Pour it up” foram as músicas seguintes. Para “All of the lights” não só se acenderam as luzes do estádio, como entrou em campo um batalhão de bailarinos e enquanto cantava “Run this town” acompanhada pela banda em palco, a coreografia ocupou todo o relvado do estádio.

Pelo meio Rihanna fingiu retocar a maquilhagem, afinal a cosmética tornou-se uma parte importante da sua vida desde que é fundadora de uma marca de beleza já bem conhecida (a Fenty). No que toca à roupa, não  houve trocas arrojadas em palco. O macacão, a peça justa que usou por dentro e escultura a envolver o peito foram criações do designer britânico  Jonathan Anderson para a marca Loewe, segundo avança a WWD, as pregadeiras joia eram da joalheira Joseph Saidian & Sons e os ténis eram exemplares da parceria MM6 Maison Margiela x Salomon Cross High.

Para o final do espetáculo Rihanna acrescentou alguma sumptuosidade ao seu look ao vestir um amplo casaco/capa acolchoado (vermelho também, claro) para o grande final ao som daqueles que são provavelmente os seus maiores êxitos: “Umbrella” e “Diamonds”. O casaco foi uma peça criada especialmente pela marca Alaïa e contava com luvas desenhadas por Pieter Mullierred, segundo a revista People.

Para interpretar “Diamons”, Rihanna voltou a subir a plataforma que a elevou no ar no meio do estádio, os bailarinos saíram de cena e o estádio apagou-se deixando a cantora a brilhar a solo com as bancadas repletas de pontos luminosos. Quando a música acabou o delírio do público era notório e Rihanna acabou a sua performance com um “Obrigada”.

À segunda foi de vez, Rihanna atuou na Super Bowl

Rihanna já tinha tido oportunidade de ser a estrela do intervalo da Super Bowl em 2019, mas recusou o convite numa manifestação de apoio a Colin Kaepernick. Em 2016 o jogador de futebol americano estava nos San Francisco 49ers e decidiu ajoelhar-se durante o hino nacional dos Estados Unidos, uma forma de protesto contra a violência policial contra a afro-americanos. O gesto gerou grande polémica, o contrato com a equipa acabou nessa época e não joga desde então. Sem Rihanna, seguiu-se a cantora Pink, que também recusou a proposta por não concordar com os termos que lhe apresentaram. Acabaram por ser os Maroon 5, a terceira escolha da NFL, a atuar no intervalo da Super Bowl LIII (53).

Quatro anos depois Rihanna voltou a ser contactada pela NFL e aceitou. “Foi um desafio que eu aceitei. Era um palco maior do que qualquer coisa que eu já fiz. É uma daquelas coisas que, se tenho de deixar o meu bebé, vou deixar por algo especial e eu estava disponível para o fazer. Era agora ou nunca para mim”, disse a cantora à Associated Press em resposta à pergunta: “Porque foi esta a altura certa para atuar na Super Bowl?”. A cantora dos Barbados disse também: “A Super Bowl é uma coisa e música nova é outra coisa” e deixou aos fãs a mensagem de que há novos projetos no horizonte.

Uma longa pausa e um curto regresso

Depois de anos de ausência, os 13 minutos do intervalo da Super Bowl terão sabida a pouco aos fãs que há tanto aguardavam voltar a ver Rihanna ao vivo. O álbum mais recente da cantora foi lançado há precisamente sete anos. “Anti” chegou ao público no final de janeiro de 2016 e data também desse ano a última tour da cantora, a “Anti World Tour”. Desde então que andam a ser prometidos novos lançamentos, mas a pausa na música foi-se tornando cada vez mais longa sem novo álbum à vista. Os fãs terão ficado felizes  com o laçamento do single “Lift me up”, parte da banda sonora do filme “Black Panther Wakanda Forever”, em outubro de 2022. A coincidir com a participação na Super Bowl acentuam.se rumores de que Rihanna estará a preparar uma tour para 2023.

Nos últimos anos Rihanna dedicou-se ao cinema e deu especialmente nas vistas no filme “Ocean’s 8” (2018). Mas também à beleza com a sua marca Fenty e à moda com o lançamento da marca de lingerie Savage X Fenty em 2018. A Forbes considerou-a uma das mulheres empreendedoras mais bem sucedidas do ano 2022 e, numa lista publicada em junho, colocou-a na 21ª posição de um total de 100. Foi também a mais jovem, uma vez que todas as mulheres que a antecedem na lista são mais velhas.

Rihanna é sempre uma das presenças mais aguardadas na estelar Met Gala, mas no ano passado faltou à festa que por tradição acontece na primeira segunda-feira de maio porque estava prestes a ser mãe. Contudo nesse mês foi capa da revista Vogue, responsável pela organização da gala que tem lugar no Museu Metropolitan em Nova Iorque, e a publicação decidiu ainda compensar a ausência da cantora com um vídeo onde uma estátua virtual de Rihanna grávida estava entre as esculturas clássicas do museu.

Prestes a completar 35 anos no próximo dia 20 de fevereiro, o ano de 2023 de Rihanna arranca em grande, depois de um 2022 muito preenchido com assuntos pessoais. No final de janeiro o mundo ficou a saber que Rihanna estava grávida através de uma sessão fotográfica em Nova Iorque com o namorado, ASAP Rocky. Seguiram-se meses em que a cantora desfilou a sua gravidez em diferentes eventos e deu que falar pelas escolhas arrojadas de vestuário. A 13 de maio nasceu o primeiro filho do casal e em julho Rihanna e ASAP Rocky passaram por Portugal. Ele foi atuar num concerto no festival Rolling Loud, em Olhão, e ela foi assistir.

No ano passado intervalo da Super Bowl ficou a cargo de seis rappers (entre eles Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem e Mary J. Blige) e foi uma viagem pela década de 1990 recheada de mensagens. O halftime de 2022 pode ser recordado aqui.